Grupos frigoríficos no país seguem fechando temporariamente unidades de abates de bovinos em meio à alegada menor oferta de bois no mercado doméstico. Sem matéria-prima, tem aumentado a ociosidade das plantas industriais. Na semana passada, a JBS paralisou as operações em Rolim de Moura (RO), e a Marfrig parou em Paranaíba (MS).
A JBS anunciou a suspensão no mesmo dia em que o presidente da JBS Mercosul, Miguel Gularte, confirmou, durante passagem por Porto Alegre, início das obras de novo frigorífico no Paraguai, que terá investimentos de US$ 100 milhões. Desde maio, a empresa já paralisou abates em quatro unidades no Centro-Oeste e Norte.
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A Marfrig paralisou a unidade de Rio Verde (GO) em janeiro e, em junho, anunciou que transformará uma de suas fábricas em Promissão (SP) em centro de armazenagem e distribuição. Por meio de comunicado, a empresa informou que retomará "as atividades tão logo as condições mercadológicas sejam restabelecidas".
No Rio Grande do Sul, o quadro se repete.
- Há diversas situações, mas, em junho e julho, tivemos unidades que só abateram três ou quatro dias durante a semana - afirma Ronei Lauxen, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Estado (Sicadergs) - Mas agora devem voltar a ter volume com a entrega de bois - acrescenta.
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Conforme Lauxen, além da redução da oferta no Estado, terneiros são terminados em São Paulo, aumentando a ociosidade nas plantas gaúchas.
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A Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul (Farsul), no entanto, não reconhece a redução na oferta de gado.
- Se as indústrias estão com jornada reduzida é uma questão de política interna, pois o fornecimento está estável. Não houve alteração - garante Luiz Alberto Pitta Pinheiro, consultor técnico da Farsul.
Quanto à terminação de animais em São Paulo, Pinheiro também nega aumento dos embarques.
- Em 2014, na comparação com o ano anterior, o volume de gado em pé que saiu foi menor.