Enquanto no lote 1, entre os trevos do Castelinho e da Uglione, a obra de duplicação das BRs da travessia urbana está andando normalmente e nunca parou, no outro trecho, da Uglione até a Ulbra, a situação é preocupante. O consórcio responsável por este trecho, liderado pela construtora Sultepa, parou a obra em 30 de abril e, desde então, não se vê mais máquinas e operários trabalhando.
Em vários pontos, como perto do trevo da Tancredo Neves, o terreno ao lado da BR-287 foi escavado, chegando a ter mais de três metros de profundidade, mas como a obra parou, não deu tempo de colocar areia e brita para fazer a base das novas pistas. Com isso, essas escavações se transformaram em grandes e profundos piscinões, bem ao lado da rodovia, colocando em risco pedestres e passageiros de veículos, até porque é grande o movimento, já que a área é urbana. Há ainda o risco de transmissão de doenças e de proliferação dos mosquitos da dengue. Os problemas têm sido alvo de queixas de moradores e empresários da região.
O Dnit diz que está ciente dos problemas e tenta agilizar para que os buracos sejam tapados pelo consórcio responsável pela obra. Porém, como a empresa parou os trabalhos, não há uma previsão de quando o serviço será feito. O fato mais preocupante é que a construtora Sultepa, que lidera o consórcio responsável pela duplicação nesse lote, oficializou na Justiça o pedido de recuperação judicial (antiga concordata), para negociar com os credores um prazo maior para pagar suas dívidas.
Segundo o site Monitor Digital, a Sultepa não apresentou balanço de 2014, mas no documento de 2013, informava ter dívidas de R$ 800 milhões, e um patrimônio líquido de R$ 178 milhões e ativos de R$ 1,032 bilhão. A empresa teria 401 acionistas pessoas físicas, 31 pessoas jurídicas e 29 investidores institucionais. Esse pedido de recuperação da Sultepa aumenta o risco de que a empresa não vá retomar a obra da duplicação.
O Dnit está tentando definir, em Brasília, uma alternativa para que os trabalhos sejam retomados nesse trecho da duplicação das BRs, entre a Ulbra e a Uglione. Ainda não se sabe se será a própria Sultepa que fará a continuidade da obra ou se será chamada outra empresa.