O Congresso do Chile fez nesta terça-feira uma mea culpa ante a perda de confiança e credibilidade entre a população após uma série de casos de corrupção envolvendo políticos e o mundo empresarial.
Durante uma prestação de contas pública histórica, os parlamentares reconheceram sua responsabilidade pelos casos de corrupção, após as acusações de fraude fiscal contra quatro políticos da oposição, incluindo dois legisladores.
- Temos vivido tempos complexos. Reconheço que muitas vezes ficamos aquém do que os cidadãos esperam de nós. No campo político e empresarial são evidentes práticas que estamos determinados a erradicar - declarou Patrick Walker, presidente do Senado, durante a cerimônia da qual a presidente Michele Bachelet participou em Valparaíso.
A popularidade da presidente Bachelet caiu cerca de 24%, afetada pelo escândalo que protagonizou seu filho mais velho, Sebastián Dávalos, envolvido em compras irregulares de terras.
Além disso, irregularidades no financiamento de campanhas por grandes conglomerados empresariais a políticos do governo e da oposição atingiram ainda mais a imagem de Bachelet e de todo o sistema político.
- É necessário, é urgente separar definitivamente a influência do dinheiro na política e nos assuntos públicos da democracia -, disse Manuel Nunez, presidente da Câmara dos Deputados.
A justiça chilena abriu um inquérito que revelou um esquema em que políticos entregavam a empresas notas fiscais de serviços não prestados em troca de recursos para financiar suas campanhas.
O senador Ivan Moreira e o deputado Felipe de Mussy foram acusados de delitos fiscais, enquanto Rodrigo Peñailillo, ex-ministro do Interior e braço direito de Bachelet, testemunhou como réu, após ser acusado do mesmo crime.