Depois de uma audiência de meia hora com o presidente da República em exercício, Michel Temer, a senadora paulista Marta Suplicy (sem partido), disse nesta quarta-feira que não vê, por enquanto, nenhum fundamento para a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
- Hoje não temos nada juridicamente que justifique o impeachment. A parte do TCU (Tribunal de Contas da União, que apura as pedaladas fiscais no ano passado) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral, onde o PSDB apresentou ação para apurar abuso de poder econômico e político contra a campanha petista de 2014) que poderemos ter, mas por enquanto, não - disse Marta a jornalistas, ao deixar o gabinete da Vice-Presidência.
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- As instituições democráticas nessa confusão que estamos vivendo é o que tem de ser preservado, isso é o mais importante. Isso, tanto o PSDB quanto os outros partidos, têm essa noção. Falar é uma coisa, mas o que eu percebo, atrás de todas as falas, é a conservação da democracia que conquistamos com tanta dificuldade. Isso deixa todos os brasileiros calmos nesse sentido. O processo vai dizer o que vai acontecer - comentou a senadora.
Filiação
Marta disse que conversou com Temer sobre uma eventual filiação ao PMDB, mas ressaltou que ainda não bateu o martelo sobre o seu futuro político.
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- Estou conversando com o PSB, com o PMDB e não tenho decisão formada, apesar das conversas com o PSB estarem bastante avançadas - observou a senadora.
- (Eu e Temer) Nós conversamos não só sobre isso. Conversamos sobre a conjuntura nacional, sobre projetos no Senado, sobre a desoneração (da folha de pagamento). Ele é uma pessoa muito discreta, ele está muito empenhado em passar os projetos importantes.
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Ao sair do gabinete, Temer limitou-se a dizer que a relação com a senadora é "só amizade".
- (Ela) é minha amiga - disse o peemedebista, aos risos.
*Estadão Conteúdo