Trinta dias depois de colocar a nova prótese, doada pela empresa Conforpés, de Sorocada, o peão Willian Comunello retornou, oficialmente, aos ensaios na última sexta-feira à noite. O menino de 19 anos morador de Nova Prata precisou amputar o pé esquerdo devido a um câncer, o que provocou a necessidade da prótese.
Vê-lo chegar pilchado a rigor e com os olhos brilhantes foi emocionante.
- Estou ansioso - confessou.
Embora ele nunca tivesse abandonado o grupo - sempre que possível ele acompanhava as apresentações do CTG Pousada do Imigrante, em Nova Pádua - foi recebido com muito carinho e abraços.
- É muito bom tê-lo de volta. Ele fez muita falta - disse o patrão do CTG, Agostinho Mário Radin.
Ele entrou na pista, dançou a primeira música já sabendo a coreografia. Pisou com firmeza e cuidado.
A dança gaúcha exige muito impacto e impulso nos pés, principalmente aos peões. Os que o assistiram garantem que ele vai conseguir. Garra e coragem ele tem.
O CTG Pousada do Imigrante existe há mais de 30 anos e conta com cerca de 100 dançarinos, em quatro categorias. A dança tradicionalista é muito forte na Serra. São jovens que vestem a pilcha com orgulho e não cansam de sapatear.
Os ensaios acontecem geralmente à noite, depois da aula. Trabalham, estudam e dançam até as 2 horas da manhã. Frequentam festivais, conquistam prêmios. São vencedores. O patrão do CTG assegura:
- Somos uma grande família. O Willian é o filho que saiu e retornou. Estamos felizes.
Quem vai definir o limite e até onde ele pode chegar é o Willian - disse o professor Ricardo Bordignon
Minha vida
Após conquistar nova prótese, Willian Comunello, de Nova Prata, volta a dançar
Menino que precisou amputar perna após câncer é dançarino em CTG de Nova Pádua
Ivanete Marzzaro
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