Longe vão os tempos em que líder era apenas sinônimo de autoridade e poder. Hoje, em qualquer ambiente, o papel de uma liderança é bem mais amplo. O verdadeiro líder se destaca pela capacidade de orientar os comandados com conhecimento, sabedoria e habilidade perante os desafios.
Ele nem precisa ser notado nas situações de rotina e tranquilidade, mas tem que crescer e aparecer como um guia natural nos momentos de crise. É tudo que está faltando a José Ivo Sartori. Como governador eleito, ninguém discute sua autoridade e o poder emanados dos milhões de votos que recebeu nas urnas.
Diante da crise, porém, o governador tem permanecido distante da opinião pública, delegando a assessores, especialmente ao Secretário da Fazenda, a espinhosa tarefa de justificar as dificuldades financeiras que paralisam a máquina pública estadual. Em vez de tomar a frente, convocar lideranças de outros poderes, falar aos servidores e pedir a união dos gaúchos, Sartori tem optado pelo silêncio.
Talvez imagine que, sem uma solução concreta a apresentar, o melhor é permanecer calado. Se pensa assim, está errado: o líder não tem a obrigação de apresentar respostas imediatas para tudo. Nos momentos de crise, o que mais se espera dele é uma palavra de conforto, convencimento e incentivo. É o mínimo que os liderados necessitam para acreditar em dias melhores. Com sua ausência, Sartori tem deixado os gaúchos órfãos dessa esperança.
Modelo diferente
Colegas da imprensa caxiense contam que Sartori nunca foi chegado ao contato com a imprensa em Caxias do Sul, onde se consagrou como prefeito exemplar. À opinião pública, costumava responder com obras e realizações, gerenciando com maestria um gordo e invejável orçamento municipal.
No governo do Estado, onde o caixa está raspado e falta dinheiro até para pagar o salário dos servidores, é muito diferente. Não dá para ficar calado. A necessidade de diálogo com a sociedade é permanente. O bem-sucedido modelo caxiense não serve.
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