Após uma segunda tentativa, os senadores brasileiros em missão oficial à Venezuela informaram que desistiram de visitar os presos políticos em Caracas. Sob a alegação de "tráfego intenso" e falta de garantia do governo de Nicolás Maduro, a comitiva liderada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), decidiu retornar ao Brasil ainda nesta quinta-feira. O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) vai decolar do aeroporto de Maiquetía, em Caracas.
- As estradas continuam bloqueadas e não tem condições de continuar - disse o líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO).
- O tráfego está intenso nas vias próximas do aeroporto e a comitiva desistiu da visita por não haver condições de prosseguir - afirmou Sérgio Petecão (PSD-AC).
Vídeo mostra chavistas impedindo passagem de senadores brasileiros:
No ônibus que transportava o grupo de senadores, em conjunto com as mulheres dos presos políticos, a comitiva fez duras críticas à atuação do embaixador do Brasil no país, Rui Pereira. Os senadores vão propor a convocação do embaixador para explicações na Comissão de Relações Exteriores.
- Ele só recebeu a comitiva e não esteve ao nosso lado - afirmou Caiado.
O grupo também reclamou da falta de proteção da polícia do governo Maduro.
- Não houve reação nenhuma da polícia para nos proteger - disse Caiado.
Além disso, os batedores da polícia não abriram caminho ao ônibus. Os policiais se limitaram a seguir ao lado do veículo.
No trajeto entre o terminal do aeroporto e a rodovia que os levaria ao presídio Ramo Verde, em Caracas, a comitiva foi atacada por um grupo de manifestantes contrários à presença dos parlamentares brasileiros. A estrada foi fechada sob alegação de protestos e do transporte de um preso extraditado pela Colômbia no mesmo momento em que o grupo tentava o deslocamento.
O senador Petecão afirmou que "tacaram laranjas" no ônibus e relatou que as mulheres "se jogaram no chão" com medo de serem atingidas por paus ou pedras. Não houve confirmação de agressão contra os veículos da comitiva com tais objetos.