A Polícia Federal indiciou 18 pessoas por fraudes na construção da Barragem de Arvorezinha, em Bagé, após a conclusão das investigações nesta quinta-feira. O inquérito da Operação Paralelo 31-S foi encaminhado à Justiça Federal do município.
São suspeitos 10 diretores de quatro empresas supostamente envolvidas no projeto, execução e fiscalização da obra, três engenheiros vinculados a essas empresas e cinco servidores públicos do poder executivo municipal de Bagé. Segundo a PF, os crimes supostamente praticados seriam fraude em prejuízo da Fazenda Pública, associação criminosa, falsidade ideológica, peculato e corrupção ativa.
Justiça deve liberar obra de barragem em Bagé
Após três anos de investigação, em que foram cumpridos 27 mandados de busca, entre outras ações, a PF concluiu que as empresas investigadas, pertencentes a um mesmo grupo econômico do segmento de construção civil, teriam fraudado o projeto, a execução e a fiscalização da obra da Barragem Arvorezinha, com a participação de servidores públicos municipais.
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O projeto básico da obra, embora factível, teria sido elaborado propositalmente com falhas a serem corrigidas. Na execução, os problemas eram apontados para que fosse realizado um novo projeto, elevando o valor do empreendimento e resultando em supostos ganhos ao grupo e prejuízo à União.
Além disso, seriam adotadas medidas para aumentar o prazo de conclusão da obra, inserção de medições inexistentes, cobrança de serviços em duplicidade e emprego de material inferior, que comprometeriam a qualidade e a durabilidade da barragem.
Inicialmente, a obra da Barragem Arvorezinha foi projetada para ser construída a um custo de R$ 19 milhões e atualmente já estava orçada em mais de R$ 51 milhões. Levantamentos da perícia da Polícia Federal e da CGU estimam que até o embargo da obra, em 11 de junho de 2013, houve o pagamento indevido de aproximadamente R$ 2 milhões. Assim, se a obra fosse concluída, o desvio chegaria a 7 milhões de reais na conclusão da Barragem.
Investigação
PF indicia 18 pessoas por fraudes na construção da Barragem Arvorezinha, em Bagé
Segundo a PF, os crimes supostamente praticados seriam fraude em prejuízo da Fazenda Pública, associação criminosa, falsidade ideológica, peculato e corrupção ativa
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