Registros de entrada e saída do edifício-sede da Petrobras no Rio de Janeiro, solicitados por investigadores da Operação Lava-Jato, apontam encontros de parlamentares investigados por suposta participação no esquema com o ex-diretor da petroleira Paulo Roberto Costa e outras autoridades, inclusive com a ex-presidente da estatal, Graça Foster.
A Polícia Federal solicitou os registros da portaria do prédio a partir de 2007. Não foram verificados dados do escritório da estatal em Brasília. Os investigadores analisaram o registro de entrada dos 39 investigados no inquérito que corre perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar suposta formação de quadrilha.
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A investigação aponta mais de 45 registros de entrada do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE). O parlamentar é apontado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Operação Lava-Jato, como um "interlocutor" do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no contato com a diretoria da estatal. A maioria dos encontros de Gomes foi com o próprio Paulo Roberto Costa.
Gomes se reuniu também com o ex-diretor Néstor Cerveró, com o ex-gerente executivo de Comunicação Institucional da estatal Wilson Santarosa e com o ex-diretor José Alcides Santoro. Não foram encontrados registros de entrada de Renan Calheiros no período analisado.
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Depois de Aníbal Gomes, o político investigado no inquérito relativo a formação de quadrilha que esteve mais vezes na Petrobras foi o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que tem 12 registros de entrada no prédio da estatal, onde esteve reunido com Paulo Roberto Costa. O parlamentar do PP também se encontrou com o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, que já confessou ter recebido propinas em contratos da Petrobras com empreiteiras, além de ter se reunido segundo os registros com o ex-presidente da empresa José Sérgio Gabrielli e com o ex-gerente Djalma Rodrigues.
Foram contabilizados ainda no prédio da empresa dez registros de entrada do senador Ciro Nogueira (PP-PI) com visitas a Paulo Roberto, Djalma Rodrigues, Barusco e também à ex-presidente da estatal Graça Foster. Também foram registradas dez entradas do deputado José Otávio Germano (PP).
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O lobista Fernando Baiano esteve cinco vezes no prédio da estatal, sendo que os investigadores destacam um encontro com Paulo Roberto Costa no qual ele estaria representando a empresa Iberbras.
- É possível que se trate da empresa Iberbras Integración de Negócios Y Tecnologia S.A., citada na denuncia do MPF como uma das destinatárias dos pagamentos oriundos da offshore Piemon Investment Corp, no Banco Winterbothan, no Uruguai, de propriedade de Julio Camargo - escrevem um agente e um escrivão da PF que analisaram o material.
O senador Edison Lobão (PMDB-MA) esteve no prédio como ministro de Minas e Energia duas vezes, uma com Gabrielli e outra com Graça. Mais dois senadores peemedebistas estiveram no prédio da Petrobras: Romero Jucá (RR), cinco vezes, e Valdir Raupp (RO), três vezes.
Parlamentares e ex-parlamentares do PP
Vários parlamentares e ex-parlamentares do PP investigados frequentaram a Petrobras. O deputado do PP e ex-ministro Aguinaldo Ribeiro (PB) teve duas entradas para falar com Paulo Roberto Costa. Também foram duas vezes ao prédio da Petrobras no Rio o senador do PP Benedito de Lira (AL), o deputado do partido Jerônimo Goergen (RS) e o ex-deputado da sigla, Luiz Argôlo. O ex-deputado do PP João Pizzolatti entrou três vezes na Petrobras.
Entraram uma vez no prédio os deputados do PP Arthur de Lira (AL); Waldir Maranhão (MA); Luiz Fernando Faria (MG), Nelson Meurer (PR), Roberto Egídio Balestra (GO), Simão Sessim (RJ) e os ex-deputados do partido Pedro Corrêa e Pedro Henry.
Também do PP, a ex-deputada Aline Corrêa tem registro de entrada na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Já os deputados Sandes Júnior (GO) e Luiz Carlos Heinze (RS) têm cadastro na sede da estatal, mas não possuem registro de entrada.
Não foram encontrados registros de entrada dos demais investigados, caso, por exemplo, de Calheiros e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari.
*Estadão Conteúdo