As suspeitas envolvendo o deputado Diógenes Basegio (PDT) já estão na mesa do corregedor-geral da Assembleia, Marlon Santos, para análise.
Do mesmo partido de Basegio, Santos tem até cinco sessões legislativas (ou seja, até a próxima quarta-feira) para apresentar uma posição sobre as supostas irregularidades, mas afirma que pedirá a prorrogação do prazo.
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As suspeitas incluem indícios de extorsão de assessores, de falsificação de notas para a obtenção de diárias e de adulteração do odômetro (aparelho que mede a quilometragem) de veículos para aumentar ganhos com combustível.
A postergação pode ser, no máximo, de mais cinco sessões. Com isso, Santos terá até 1º de julho para concluir o trabalho. Ele poderá pedir o arquivamento ou a representação do caso à comissão. Se optar pela segunda hipótese, poderá sugerir até a cassação do deputado.
Em sua página no Facebook, Santos fez um desabafo nesta terça-feira. No final, escreveu o seguinte:
"Hoje estou Corregedor Geral da Assembleia, e, ainda, Ouvidor Geral da Casa. De repente, me deparo com situações de denúncias envolvendo um amigo deputado. Aí vem a questão: fazer o quê? Fazer o que é justo. Sem dar ouvidos para ilações de que questão partidária poderá poluir o processo, ou que a amizade influenciará qualquer decisão. Com certeza a ética falará mais alto, doa a quem doer. Esse é o ônus."
Confira trechos da entrevista concedida por Marlon Santos a ZH, por telefone:
O senhor tem até quarta-feira para apresentar seu parecer?
Sim, são cinco sessões legislativas, mas pelo que vi talvez precise de mais duas ou três sessões.
Então o senhor vai pedir a postergação do prazo?
Não se trata de postergar por postergar. A questão é que a acusação é muito ampla, e o prazo é curto. Terei de ouvir pelo menos cinco pessoas e, paralelamente, tenho o trabalho na Assembleia. Não posso ser irresponsável.
O senhor é do mesmo partido de Basegio. Isso pode interferir na sua avaliação?
Não muda nada. Só tenho de ter senso de justiça. Se tu olhares a minha página no Facebook, vais ver que já publiquei um texto lá, no qual falo do ônus de ser político. Mas não vejo isso como um problema. Se as suspeitas forem provadas, farei o que tem de ser feito.
*Zero Hora