Ex-chefe de gabinete do deputado estadual Diógenes Basegio (PDT), Neuromar Gatto afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha, que o parlamentar arrecadava até R$ 30 mil mensais com a extorsão de parte dos salários dos servidores do gabinete. Reportagem divulgada pelo Fantástico mostrou esse e outros esquemas de corrupção na Assembleia Legislativa na noite do domingo.
- Era uma média mensal de R$ 28 a R$ 30 mil por mês arrecadado, só com servidores - disse Gatto, ao afirmar que também entregava parte do salário, cerca de R$ 4 mil.
Todo o dinheiro, segundo o ex-assessor, era destinado ao deputado.
- Nada ia para o partido - garantiu.
Ouça a entrevista com o ex-assessor Neuromar Gatto:
Gatto disse, ainda, que não tem como confirmar se a prática é comum em todos os gabinetes, já que só tem provas com o deputado Baségio, mas disse que em "conversas de corredor" é comum falar sobre desvio de salários.
- É uma prática institucionalizada - afirmou ele à Gaúcha.
O ex-assessor também disse que só fez a denúncia mais de três anos após começar a trabalhar com o deputado, porque precisava juntar provas sobre o esquema.
A denúncia de Gatto, mostrada pela reportagem do Fantástico, aponta também fraude para burlar os mecanismos de controle da Assembleia Legislativa, que, periodicamente, anota o registro dos odômetros. Segundo Gatto, veículos eram levados até oficinas, nas quais a quilometragem é aumentada artificialmente.