As equipes da UFSM e do Inpe em Santa Maria que participaram do desenvolvimento de um nanossatélite, lançado há um ano, na Rússia, já trabalham no projeto de um novo satélite, o NanoSatC-BR2, que deve ser enviado à órbita terrestre em 2016, nos Estados Unidos. Ele terá o dobro de tamanho do primeiro modelo. Desta vez, o formato não será o de um cubo, mas o de um paralelepípedo (nas proporções 10cmx10cmx20cm). Outra novidade é que o "BR2" terá dois magnetômetros, um interno e outro externo, que medem a intensidade do campo magnético da Terra. Para um futuro próximo, dentro do mesmo projeto, está previsto ainda o lançamento dos nanossatélites "BR3" e "BR4".
O pesquisador Nelson Schuch é um dos coordenadores do projeto NanoSatC e, agora, vai apresentar os resultados da experiência com o satélite lançado há um ano num evento que ocorre até 2 de julho, em Praga, na República Tcheca. Outros três alunos e bolsistas da UFSM e do Inpe acompanham Schuch.
Como está o 1º nanossatélite
O satélite lançado em 19 de junho de 2014 segue viajando a uma velocidade de 7,5 km por segundo, dando uma volta na Terra a cada 90 minutos. Ele gravita a 614 km da superfície terrestre. Segundo Schuch, ele e sua equipe seguem monitorando os passos do satélite. Entretanto, as missões científicas e tecnológicas já haviam sido completadas com sucesso três meses após o seu lançamento no espaço. O magnômetro coletou dados do campo magnético terrestre, especialmente da Anomalia do Atlântico Sul, na qual se encontra boa parte do Brasil, incluindo Santa Maria.
Já em relação aos circuitos integrados ("chips"), um deles foi desenvolvido pela UFRGS, e o outro, pela Santa Maria Design House (SMDH), ligada a grupos da UFSM. Quanto ao chip daqui, um dos objetivos de sua ida ao espaço era testar a resistência dos materiais. Em posse das informações enviadas pelo satélite, os desenvolvedores tiveram as suas hipóteses confirmadas: a parte do chip projetada para ter tolerância maior à radiação solar apresentou mais resistência que a parte vulnerável do circuito.
Atualmente, os pesquisadores tentam aumentar a vida útil do NanoSatC-BR1, desligando as baterias. Agora, ele só tem enviado sinais quando está sobre a linha do Equador e no Hemisfério Norte, sendo captados por radioamadores, com os quais a equipe de Santa Maria entra em contato.