Em depoimento à Polícia Federal, o ex-deputado federal Vilson Covatti (PP-RS) negou ter recebido dinheiro desviado de contratos da Petrobras. Ele está entre os seis nomes do PP-RS investigados na Operação Lava-Jato pela suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na estatal.
Covatti foi ouvido na sede da Polícia Federal, em Brasília, na sexta-feira dia 29. Ele chegou ao prédio por volta das 10 horas e foi ouvido por um delegado. Segundo o ex-parlamentar, que encerrou o mandato em janeiro passado, foi um "depoimento rápido e esclarecedor".
O gaúcho aparece entre os 39 investigados do inquérito 3989 que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), batizado de "inquérito-mãe" da Lava-Jato. Além dele, aparecem outros cinco deputados federais do PP-RS - Afonso Hamm, Jerônimo Goergen, José Otávio Germano, Luis Carlos Heinze e Renato Molling. Conforme o doleiro Alberto Youssef, os gaúchos integrariam um grupo de parlamentares do PP que recebia uma suposta mesada.
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Os repasses seriam financiados a partir de comissões pagas pelas empreiteiras ao partido, em cima dos valores de contratos assinados na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, que era ocupada por Paulo Roberto Costa. No depoimento, Covatti afirmou que não conhecia Youssef e que não tinha proximidade com Paulo Roberto. Ele também refutou relações com as empreiteiras citadas na Lava-Jato, que não efetuaram doações para sua campanha de 2010.
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O ex-parlamentar destacou que sua mulher, a deputada estadual Silvana Covatti, e o filho Luis Covatti, atual deputado federal, também não receberam recursos das empresas.
- Disse à polícia o que venho dizendo desde o começo da investigação: não recebi nada de ninguém, não recebi mesada, não recebi doação de empreiteira investigada. Meu patrimônio diminuiu e minhas dívidas aumentaram nos últimos anos. Sigo indignado com a corrupção - afirmou o ex-deputado a Zero Hora.
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