Dez jovens internos da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase) foram transferidos para o Presídio Central de Porto Alegre nesta segunda-feira. Eles são apontados por envolvimento no motim iniciado na noite de domingo, na subunidade A da Comunidade Socioeducativa (CSE).
A decisão foi da delegada plantonista da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) onde eles foram apresentados ainda durante a madrugada. A Justiça avaliará se eles ficarão no sistema prisional ou retornarão à Fase. Os jovens, maiores de 18 anos, foram autuados por dano ao patrimônio público, motim, lesão corporal e corrupção de menores.
A instituição identificou 11 internos por participação direta nos fatos - apenas um tem menos de 18 anos. A ideia do grupo, conforme relatos informais de servidores, seria "puxar cana no Central".
- No presídio, há regalias que não existem no sistema socioeducativo, onde (jovens) não querem aceitar normas e regras. Ocorre que eles resistem e investem contra os servidores, se rebelam - afirma o diretor socioeducativo da instituição, André Severo.
Conforme André, uma das lutas da Fase é não deixar que a cultura do sistema prisional adulto se estabeleça na instituição:
- Temos um plano de atendimento em que procuramos não deixá-los no ócio, com escola, quatro refeições, cursos profissionalizantes, pátio, sol e momento de espiritualidade.
A ala onde ocorreu o motim, em que uma servidora foi feita refém e outros três ficaram feridos, não é superlotada - havia 19 jovens e adolescentes para uma capacidade de 23. A subunidade A da CSE é destinada a internos de 16 a 21 anos.
*Diário Gaúcho