Dois enormes guindastes iniciaram na tarde desta quinta-feira os trabalhos para desvirar o navio chinês que naufragou há quatro dias no rio Yangtsé, com 456 pessoas a bordo.
Até o momento, as autoridades confirmaram a morte de 77 pessoas e 14 sobreviventes, incluindo o capitão do navio.
Quase 370 passageiros estão desaparecidos, enquanto mergulhadores tentam resgatar corpos nas águas escuras do rio, tando dentro como fora do casco virado.
- A busca aos desaparecidos e o atendimento dos feridos prosseguem, e salvar vidas é a prioridade - declararam altos funcionários em Pequim após uma reunião com o presidente Xi Jinping.
No local da tragédia, centenas de pessoas ligadas aos passageiros desaparecidos permanecem nas margens do rio acompanhando os trabalhos de busca.
- É preciso ser forte - disse entre lágrimas uma mulher para outra com um ramo de flores na mão.
Quase 300 familiares dos desaparecidos estão nas margens do rio e outros 200 se inscreveram para chegar ao local nos próximos dias, disse à AFP uma funcionária do centro de atendimento aos parentes das vítimas.
O governo disponibiliza ônibus para os familiares, mas muitos decidiram utilizar seus próprios carros para chegar ao local.
O navio, de 76 metros, transportava muitos aposentados.
As primeiras tentativas de desvirar o navio foram suspensas devido ao mau tempo.
O navio Estrela do Oriente emborcou em menos de dois minutos na noite de segunda-feira, devido a uma tempestade no rio.
Os socorristas, que abriram várias brechas no casco virado na tentativa de encontrar sobreviventes, fecharam os buracos para que o navio possa ser revirado, explicou a TV estatal CCTV.
O Estrela do Oriente cobria a rota entre duas antigas capitais chinesas, Nanquim (leste) e Chongqing (centro) e naufragou na região de Jianli (província de Hubei).
Segundo o Escritório Estatal de Meteorologia, um tornado atingiu brevemente a região de Jianli, acompanhado por ventos de mais de 117 quilômetros por hora e precipitações de mais de 64 milímetros em uma hora.