O número de adolescentes que estão no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case)de Santa Maria é quase o dobro em relação ao número de vagas. Devido às detenções no final de semana, hoje, o Case possui 60 internos para 33 vagas disponíveis. As informações são da Rádio Gaúcha.
O número de vagas deveria ser de 39, mas devido às obras, que estão paradas há 19 meses e sem previsão de conclusão, o número diminuiu. A consequência é que cada dormitório recebe dois adolescentes, em vez de um, que seria o ideal.
O Case de Santa Maria atende 36 municípios da Região Central. O diretor, Arthur Farion, explica que a maioria dos adolescentes já se conhecem, porque vêm da mesma comunidade. Hoje cerca de 15 realizam curso de culinária e têm carteira assinada. A qualificação faz com que o índice de reincidência seja de cerca de 30%, considerado baixo pelo diretor.
- Depois que saem do Case, os adolescentes voltam para a comunidade. Se houver oportunidades, eles não vão cometer crimes novamente. Se não houver, eles vão ganhar a vida do jeito que sabem. Mas a fundação dá todas as condições para que eles sejam readaptados -, explica Farion.
O presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), Robson Zinn, afirma que a principal diferença entre os centros e os presídios é o acompanhamento do interno.
- Dentro do sistema penal juvenil, o menino ou a menina faz o que nós queremos. Pra ir ao banheiro, ele é acompanhado. Para ver filme, ele é abandonado. Ele sempre tem um monitor que acompanha a ação dele -, conta Zinn.
Dos cerca de 1,2 mil internos da Fase, cerca de 30% fazem atividade técnica, e 100% vão à escola. Zinn reconhece que há carência no número de vagas, mas afirma que elas serão supridas com a construção de novas unidades em Osório, em Santa Cruz e na região metropolitana de Porto Alegre.
A questão da ressocialização proporcionada nos centros de atendimento impulsiona a discussão sobre a redução da maioridade penal, que vai ser votada nesta terça-feira (30) no plenário da Câmara dos Deputados.