Pagador de impostos
É elogiável o empenho do atual governo, na tentativa de sanear as finanças estaduais. Alguma coisa precisa mesmo ser feita para conter a sangria que deve resultar num buraco superior a R$ 5 bilhões no final do ano. Ao mesmo tempo, porém, cumpre destacar o triste papel destinado ao cidadão gaúcho, que foi transformado em mero pagador de impostos e salários.
A contrapartida, na forma de serviços, obras e investimentos, não vem. Quando existe, é feita de forma precária, aos trancos e barrancos, sem atender as necessidades por completo. O contribuinte paga por algo que não recebe. Se fosse relação de consumo, seria caso para denúncia ao Procon, com base no Código de Defesa do Consumidor. Como não é, ficamos a ver navios, impotentes diante de cortes que afetam áreas essenciais para a sociedade, como saúde, segurança, estradas e educação.
Pior ainda é ter que ouvir o papo furado de que os cortes não comprometem a qualidade dos serviços, como se fosse realmente possível fazer as mesmas coisas com dinheiro de menos.
Guerra de bugios
Dias atrás, o líder de uma entidade de servidores disse numa rede social que minha análise era simplista demais diante da complexidade da crise enfrentada pelo Estado. Claro que o tema é complexo. Sei muito bem disso. Só que essa condição não altera a posição do cidadão comum, obrigado a tapar um buraco resultante da incompetência de sucessivos governos, que jamais fizeram um esforço continuado para resolver o histórico problema das contas públicas do estado.
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O povo não tem culpa do faz-desfaz dos governantes. O contribuinte não pode ser responsabilizado pela eterna guerra de bugios travada por lados opostos que nunca aceitaram trabalhar em conjunto pelo desenvolvimento e o progresso da nossa terra. A mania de puxar para trás feito caranguejo é que meteu o Rio Grande do Sul no beco sem saída onde se encontra.
* Diário Gaúcho