Está praticamente sacramentado o segundo turno em Santa Maria. Na última quinta-feira, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) confirmou que não fará a chamada revisão do eleitorado, com cadastramento biométrico obrigatório, este ano, no município.
Com isso, a tendência é que a cidade, que tem hoje 201 mil eleitores, mantenha-se acima dos 200 mil eleitores necessários para poder haver segundo turno nas eleições a prefeito em 2016. Esse número precisa ser mantido até 5 de maio do ano que vem para garantir as eleições com duas votações, caso o primeiro colocado para prefeito não some mais de 50% dos votos válidos.
Fora da disputa em função da reeleição e sem um sucessor dentro do partido, o prefeito Cezar Schirmer (PMDB) afirmou que seu nome para o pleito é o do vice, José Haidar Farret (PP).
- Isto não é uma obrigação formal, mas moral, com o Farret. Ele sempre foi muito leal, eu me sinto no dever de corresponder. É uma posição pessoal, mas vou defender essa questão (o apoio) junto ao meu partido - afirmou Schirmer.
Idade não é impeditivo
Aos 74 anos, Farret afirma ter vitalidade para uma eleição e voltar a assumir a prefeitura da cidade. Schirmer enfatiza:
- O fato de ser velho não é impeditivo. Por que essa mania de ser "novidadeiro". Experiência conta muito e deve ser valorizada - argumenta.
O atual prefeito, que foi eleito com uma coligação que envolveu 17 partidos (mais da metade das siglas registradas no país), é um entusiasta do segundo turno:
- No primeiro turno, todos mostram a sua cara, e isso é muito bom. Porém, vou entrar mesmo na disputa a partir do ano que vem. Todos já sabem que meu compromisso é com o Farret - encerra o assunto.
O prefeito defenderá o nome de Farret no PMDB, mas o problema pode ser o próprio partido do vice, o PP. O nome do atual presidente da Câmara, Sergio Cechin, que já foi vice de Farret, é lembrado para concorrer por uma corrente que defende a renovação na sigla.
Vários são os postulantes ao Executivo
A menos que ocorra uma debandada de eleitores na cidade, o segundo turno promete um maior número de candidatos na urna do que em pleitos anteriores. Das últimas cinco eleições municipais, apenas em 2008 e 2012, o eleito teve mais de 50% dos votos válidos, o que evitaria o segundo turno, caso a cidade já fosse apta.
Entre os 10 partidos, os maiores e os que têm representação no Legislativo Municipal, já há sete nomes com potencial de candidatura.
O PT deve apostar no deputado estadual Valdeci Oliveira, que foi o primeiro prefeito reeleito da cidade. Ele é o nome mais consensual da sigla. O vereador Werner Rempel (PPL), que foi vice de Valdeci (2005 a 2008), buscará ser o azarão do pleito. Werner é, até o momento, o único que já se apresentou como pré-candidato.
O deputado estadual Jorge Pozzobom (PSDB) deve representar o bloco tucano. Terceiro na corrida de 2012, ainda não confirma, mas seu nome é dado como certo.
Outro que deve voltar a aparecer é Tiago Aires (PSOL), que ficou em último na eleição passada a prefeito.
O vereador Marcelo Bisogno (PDT), que já foi secretário de município de Valdeci e de Schirmer, apresenta-se como candidato. No entanto, os pedetistas têm plano de trazer para a sigla o petista Fabiano Pereira. Fabiano terá de decidir até outubro se troca de partido.