A Polícia Civil de Santa Maria identificou mais 16 supostas vítimas do estudante Matias Ferraz, 23 anos, preso preventivamente em 27 de abril por extorsão e pedofilia.
De acordo com o titular da 3ª Delegacia da Polícia Civil, André Diefenbach, no primeiro inquérito, foram identificadas sete supostas vítimas, mas só três adolescentes de Nova Palma e uma jovem de Santa Maria prestaram depoimentos e foram incluídas nessa investigação.
No computador do suspeito, apreendido na casa onde ele morava com a namorada, havia fotos e vídeos das quatro meninas em posições de nudez e pornográficas. Por causa desse material, Ferraz foi indiciado por pedofilia (armazenar, adquirir ou possuir material pornográfico de crianças e adolescentes) e extorsão.
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Conforme a conclusão do inquérito, o universitário invadiria os perfis das vítimas nas redes sociais e roubaria as imagens. Depois, entraria em contato com elas usando perfis falsos. No caso das meninas de Nova Palma, ele teria pedido mais fotos e vídeos pornográficos sob a ameaça de divulgar as imagens que tinha. Ferraz foi preso em flagrante no campus do Centro Universitário Franciscano quando teria ido buscar o dinheiro que exigiu da vítima de Santa Maria para não divulgar fotos suas nas redes sociais.
Dado o grande volume de fotos, vídeos e conversas localizadas no computador, a polícia abriu a segunda investigação. Nessa fase, já identificadas outras 16 jovens e adolescentes de 11 municípios gaúchos. Seis delas de Nova Palma, cidade natal do jovem, e as outras de Canguçu, Dona Francisca, Gravataí, Herval, Piratini, Porto Alegre, Restinga Seca, Rio Grande, Santana da Boa Vista e Santa Margarida do Sul.
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- Nós ainda não ouvimos essas meninas. Estamos aguardando autorização para que uma equipe vá até as cidades para colher depoimentos dessas possíveis vítimas - comenta o delegado.
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Diefenbach disse que aguarda o envio de documentação solicitada à administração do Facebook, rede social por onde o jovem supostamente hackeava e extorquiria as vítimas, e do Instituto-Geral de Perícias, para onde os computadores e demais materiais apreendidos na casa do suspeito foram encaminhados.
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O advogado do universitário, João Paulo Silveira Costa, disse que ainda não teve acesso à denúncia feita pelo Ministério Público. Ele relatou que só terá uma posição para a defesa do jovem após ler os documentos. Além disso, há um pedido de soltura do universitário, que permanece detido na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm), aguardando resposta do juiz.