Esta não foi, nem será a última Operação Leite Compen$ado. Após dois anos e oito fases para tentar acabar com a fraude no leite produzido no Rio Grande do Sul, o Ministério Público já projeta novas etapas e anuncia que a produção de derivados é o próximo alvo da ofensiva.
- Os focos de adulteração estão sendo monitorados. Nós estamos de olho. Teremos mais etapas pela frente. E não só no leite. Em derivados também. O Ministério Público e o Mapa estão rastreando tudo que está acontecendo. Quero reforçar que não vai ficar impune. Quem estiver mexendo no leite que espere a nossa visita em breve - avisa o promotor Mauro Rockenbach.
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Apesar de não colocar os pés no freio, o promotor comemora a redução da fraude no leite cru produzido no Estado. Desde o início da operação, em 2013, o percentual de amostras que apresentou irregularidades caiu de 37% para 26%. No primeiro trimestre de 2015, o índice é ainda mais baixo: 22%.
- Houve uma queda bem significativa. Hoje o índice de fraude no estado é bem menor, abaixo de 10%. Mas nós vamos insistir porque continua acontecendo - salienta.
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A Operação Leite Compen$ado começou em maio de 2013. A primeira ofensiva revelou um esquema que adulterou cerca de 100 milhões de litros de leite com ureia (que contém formol) e água. A fraude era realizada em postos de resfriamento, no caminho entre a propriedade rural e a indústria.
A partir daí, as ações contra a ganância dos empresários não pararam mais. Até o fim de 2013 foram realizadas outras duas etapas. Durante todo o ano passado, mais quatro fases. E agora, dois anos depois do início, a oitava parte da operação.
Durante todas as etapas, a Receita Estadual monitorou os passos dos fraudadores e descobriu que cerca de R$ 9 milhões foram sonegados em ICMS. Desde 2013, as multas já chegam a R$ 10 milhões. No total, são R$ 19 milhões em autuações, valor que deve retornar ao Estado.
Ouça gravações feitas pelo MP que comprovam fraude na oitava fase da Leite Compen$ado: