Três dos 73 militares que desembarcaram em Santa Maria na última quarta-feira participaram de uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira. Eles contaram como foi o trabalho e as dificuldades que encontraram durante os seis meses em que atuaram no país caribenho.
Os militares Alexandre Meireles Vieira, 37 anos, de Santa Maria, e Eduardo Lamadril de Lemos, 23, de Uruguaiana, participaram pela primeira vez da missão. Para eles, o trabalho foi um desafio, mas ajudou-os a compreender como é a realidade do país.
- A gente chega lá e vê cenas complicadas, uma realidade que a gente, às vezes, nem tem noção de como é. A fome, a pobreza, o desemprego, o saneamento básico precário. Com certeza é uma experiência pessoal e profissional muito gratificante, além de ser uma satisfação poder ajudar - relata o capitão Meireles.
Já Marcio Lencina da Luz, 41 anos, cita algumas mudanças que já são perceptíveis no Haiti.
- Na primeira vez, fui pós-terremoto, a situação estava muito complicada. Agora, já vi um país mais reconstruído, mas que ainda luta por condições melhores - salienta.
Para os três, entre as principais dificuldades, a distância da família foi a parte mais complicada de superar. Mesmo contando com a tecnologia e com a possibilidade de contato, estar longe ainda é difícil. No entanto, ambos se sentiram contentes com a recepção do povo haitiano e com a aproximação que foram estabelecendo ao longo dos meses.
A Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah) conta com o apoio das forças brasileiras desde 2004. Meireles, Lencina e Lamadril fizeram parte do 21º Contingente. Eles viajaram entre novembro e dezembro.