Hipocrisia é um dos ingredientes mais abundantes nos lamentos pelo destino de relíquias históricas do Iraque e da Síria diante do avanço do dito Estado Islâmico (EI). No caso do Iraque, o saque ao patrimônio histórico e cultural começou muito antes da existência do EI: data do momento mesmo em que as forças americanas entraram em Bagdá, em abril de 2003.
Um levantamento feito por iniciativa do próprio governo americano na época da invasão listou entre 14 mil e 15 mil peças roubadas do Museu do Iraque. A pilhagem teria sido obra de pelo menos três grandes grupos: ladrões profissionais (miraram tesouros valiosos), vândalos (surrupiaram cerca de 3 mil artefatos arqueológicos) e empregados do próprio museu (interessados em joias e cilindros de selo).
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Patrimônio artístico e cultural sempre foi alvo fácil durante conflagrações. Em 2012, centenas de obras de arte suspeitas de terem sido pilhadas pela Alemanha foram descobertas na casa do filho do famoso colecionador Hildebrand Gurlitt, negociador de "arte degenerada" durante a era nazista, em Munique.
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Luiz Antônio Araujo: há hipocrisia no lamento por Palmira
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