A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, saiu um pouco do discurso escrito para elogiar publicamente, na introdução no 17º Seminário Anual de Metas para a Inflação, nesta sexta-feira no Rio de Janeiro, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Segundo ela, a voz do Brasil é escutada nos fóruns internacionais "de forma muito bem articulada" por Tombini. Segundo ela, o Brasil está "claramente na direção correta" com as ações de austeridade macroeconômica que estão sendo implementadas neste ano.
Lagarde destacou especificamente o comentário do presidente do BC, feito na abertura do seminário, sobre a importância de se levar em conta a diversidade dos países ao construir políticas coordenadas globalmente.
- É criticamente importante trazer todas as vozes juntas no concerto de países e instituições - afirmou Lagarde.
A diretora-geral do FMI disse ainda que o tempo exato de elevação dos juros nos Estados Unidos e seus efeitos sobre outras economias ainda são incertos. Ela declarou que está é "provavelmente a decisão de política monetária mais esperada" atualmente.
- O tempo exato de elevação dos juros (nos Estados Unidos) e seu impacto no fluxo global de capitais é incerto, apesar de ser a mais esperada decisão de política monetária que se tem memória. Não é surpresa que esta é uma das principais preocupações nas mentes dos banqueiros centrais nesta e em outras regiões - afirmou Lagarde.
Lagarde afirmou ainda que a América Latina enfrenta dificuldades em função da queda em preços de commodities e redução da demanda.
- A dificuldade enfrentada pela América Latina e outros países na região é uma combinação de preços mais baixos de commodities, o preço baixo do petróleo, menor demanda global, particularmente da China, e desaceleração da demanda doméstica - listou Lagarde.
Segundo dirigente do FMI, a menor demanda interna na América Latina está conectada também com desafios em infraestrutura. Neste contexto, Lagarde destacou que há a necessidade de implementar reformas estruturais nos países da região.
- É preciso garantir que as reformas estruturais sejam também incluídas nesse mix de políticas, para que economias possam liberar seu potencial de crescimento - concluiu Lagarde.
* Estadão conteúdo