Milhares de estudantes não conseguiram completar o cadastro do Fies. Teve gente que fez plantão 24 horas na frente do computador, em revezamento com familiares e amigos. Nem assim obteve a inscrição. As queixas pipocaram em todo o Brasil. Impassível, o Ministério da Educação (Mec) deu sempre a mesma resposta: o site funcionava normalmente. Os candidatos precisavam ter paciência.
No entanto, bastou a Justiça Federal determinar a prorrogação do prazo de inscrições, para o Brasil inteiro saber que todos foram feitos de bobos. Na verdade, o que faltou foi dinheiro para atender à demanda. Toda a verba disponível para novos contratos em 2015 já foi empenhada. Conforme o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, nem a segunda edição do programa, prevista para o segundo semestre, está garantida.
"Depende da disponibilidade orçamentária. Estamos trabalhando nisso, mas não podemos prometer algo que não temos certeza", afirmou o ministro.
Claro que o ideal seria contemplar todos os candidatos, mas a limitação no orçamento é um fato compreensível, ainda mais em tempos de ajuste fiscal. O que não está certo é a falta de transparência.
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Escassez de verbas
Quando surgiram as queixas, o Mec, em momento algum, alertou sobre a escassez de verbas. Baita desrespeito. Será que o governo não sabe que educação não combina com mentira? É impossível fazer uma Pátria Educadora mascarando a verdade.