Agentes da Direção Nacional de Informação e Inteligência Policial (DNIIP) do Uruguai prenderam esta semana três policiais uruguaios e dois comerciantes de Rivera (cidade uruguaia que faz fronteira com a gaúcha Santana do Livramento). O quinteto é suspeito de envolvimento no contrabando de armas para o Brasil.
As investigações apontam que mais de 300 armas automáticas teriam sido traficadas pelos policiais, que trabalhavam numa das jefaturas (delegacias) de Rivera. As pistolas 9 mm e metralhadoras eram adquiridas em lojas de armas (armerias) de forma legal e depois contrabandeadas para território brasileiro. Há informação de que teriam sido revendidas em Porto Alegre, no mercado negro, por valores até 300% acima do preço cobrado em loja. Cada pistola, por exemplo, era vendida por US$ 1,5 mil (cerca de R$ 4,5 mil).
Os policiais uruguaios investigam se o arsenal foi comprado por facções criminosas de outros Estados, como o Comando Vermelho. Além do DNIIP, ajudaram a desbaratar o esquema agentes da Direção Geral de Repressão ao Tráfico Ilícito de Drogas da Policia Nacional uruguaia.
A operação tem acompanhamento do promotor Gilberto Rodriguez. Ele conseguiu, junto ao juiz especializado em crime organizado Nestor Valetti, a prisão de dois dos policiais por delito continuado de tráfico internacional de armas. Os dois comerciantes e o outro policial responderão ao processo em liberdade.
As mais de 300 armas teriam sido contrabandeadas entre os anos de 2013 e 2015. Os processados, que foram transferidos para Montevidéu, enfrentam acusações que podem levá-los a penas de até 12 anos de reclusão.
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