Entidades que representam os servidores da segurança pública temem que o governo do Estado suspenda o reajuste para a categoria concedido na gestão do então governador Tarso Genro. Os índices foram parcelados até 2018 para integrantes da Polícia Civil, Brigada Militar, Susepe e Instituto-Geral de Perícias.
Na manhã desta segunda-feira, durante apresentação pelo governador José Ivo Sartori da situação das finanças públicas a diversas categorias, os servidores da segurança cobraram garantia de que o compromisso será honrado e saíram sem resposta.
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Está prevista para terça mobilização de policiais civis. Nota conjunta de entidades que representam servidores da Brigada Militar afirma que não negociarão o adiamento do pagamento dos índices salariais contidos em lei. O impacto desses reajustes até 2019 será de R$ 3,9 bilhões. Para o presidente da Ugeirm Sindicato, Isac Ortiz, o governador relatou o que todos já sabiam e não apresentou soluções.
- O governo apresentou uma série de argumentos de que o Estado está quebrado, que não tem dinheiro. E ele foca muito no reajuste da segurança pública dizendo que com isso o Estado vai gastar quase R$ 3,9 bilhões. Pra nós isso causa um pouco de indignação - desabafa Ortiz.
Já o presidente do Sindicato dos Técnicos Científicos do Estado, Joanes Machado da Rosa, considerou a iniciativa interessante.
- Avaliamos como positiva essa iniciativa do governo até porque pelo que me consta nunca ocorreu uma reunião em que o governo chamasse os líderes sindicais para apresentar as contas públicas - elogia o dirigente sindical.
O governo do Estado não descarta adiar o reajuste salarial aos servidores da segurança pública.
Impacto dos reajustes na Segurança Pública:
2015 - R$ 409 milhões
2016 - R$ 883,9 milhões
2017 - R$ 1,058 bilhão
2018 - R$ 1,059 bilhão
2019 - R$ 519 milhões
Total: R$ 3,92 bilhões
Nota de entidades da segurança:
"Frente aos rumores do não pagamento dos aumentos salariais previstos em lei, por parte do Governo Sartori, a Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar-ASSTBM, Associação Beneficente Antônio Mendes Filho-ABAMF, Associação dos Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul-ABERGS, Associação dos Oficiais Subalternos da Brigada Militar-AOfSBM e Federação das Associações Independentes- FERPMBM vem a público dizer:
1 - Que não negociarão o adiamento do pagamento dos índices salariais contidos em lei;
2 - Que é inadmissível um governo que iniciou o mandato concedendo aumento aos deputados, secretários de estado e a si, querer tirar dos servidores de nível médio os míseros índices de aumento concedido;
3 - A ASSTBM, ABAMF, ABERGS, AOfSBM e FERPMBM convocam desde já todos os servidores de nível médio para iniciarem um processo de mobilização e, sendo necessário vamos repetir e ampliar o movimento de 1997;
4 - Se o Governo Sartori insistir em descumprir a Lei, todos nós estamos autorizados a descumpri-la e vamos para a greve;
5 - Chega de pagarmos pela incompetência de governantes, que durante a eleição, pela sede do poder, tem solução para tudo e, após, se mostram verdadeiros traidores;
6 - O governador Sartori assumiu compromisso público durante a campanha pelo cumprimento da lei salarial, portanto não aceitamos nada diferente disto.
Assim, a ASSTBM, ABAMF, ABERGS, AOfSBM e FERPMBM conclamam a todos os servidores a multiplicarem esta nota e juntos vamos mostrar nossa força e que não estamos para brincadeira!"
* Rádio Gaúcha