Famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) deixaram, na manhã desta terça-feira, uma fazenda que haviam ocupado há duas semanas no interior de Tapes, no sul do Rio Grande do Sul.
Por volta das 6h, caminhões de mudança, ônibus, ambulâncias, Corpo de Bombeiros e cerca de 450 policiais militares chegaram ao local para dar início à reintegração de posse. Após a entrega do documento pelo oficial de Justiça, lideranças do MST concordaram com o comando da Brigada Militar (BM) em deixar a área de forma pacífica.
Às 9h, os manifestantes começaram a ser identificados, um a um, pela BM, e seus pertences eram carregados em ônibus e caminhões - assim como as crianças do acampamento. Uma hora depois, se iniciava a marcha do grupo de cerca de 500 pessoas (quando entraram na fazenda, a estimativa era de 1,8 mil pessoas) até o assentamento Lagoa do Junco, mais antigo, também localizado em Tapes. A expectativa da Brigada Militar é que os sem-terra chegassem ao local no início da noite. No caminho, deveriam passar pelo centro da cidade.
A Fazenda Guerra, onde eles estavam, pertence à Pinvest, empresa do ramo de reflorestamento, tem 7,2 mil hectares e fica na localidade de Camélia, no interior de Tapes. A Justiça determinou a reintegração de posse no mesmo dia da invasão, mas a ordem foi descumprida pelo MST. O movimento foi notificado um dia depois. A ocupação faz parte da Jornada Nacional de Lutas do MST pela Reforma Agrária.
MST
Reintegração de posse ocorre de forma pacífica em Tapes
Depois de terem sido identificados pela BM, manifestantes iniciaram caminhada 35 quilômetros até outro assentamento
Bruna Scirea
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