O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, expressou nesta quarta-feira o "profundo remorso" do Japão por suas agressões durante a II Guerra Mundial, durante uma reunião de cúpula Ásia-África em Jacarta, mas sem chegar a pedir desculpas, o que pode irritar a China.
Em uma referência aos princípios de paz no 60º aniversário da conferência que criou o Movimento de Países Não Alinhados, Abe declarou:
- O Japão, com sentimentos de profundo remorso sobre a última guerra, prometeu continuar sendo uma nação que sempre seguirá estes princípios, independente das circunstâncias.
Um porta-voz do governo japonês em Tóquio destacou que um encontro entre Abe e o presidente chinês Xi Jinping estava sendo planejado para acontecer durante a reunião de cúpula. Os dois dirigentes teriam apertado as mãos antes do evento.
Um novo encontro entre Abe e Jinping seria um importante sinal de distensão após as tensões bilaterais sobre o passado japonês durante a guerra e disputas territoriais.
O discurso de Abe, ligado aos "falcões" nacionalistas nipônicos, era acompanhado com atenção, já que dentro de algumas semanas o primeiro-ministro japonês terá de falar sobre os 70 anos do fim da II Guerra Mundial.
Alguns analistas estão na expectativa sobre a possibilidade de Abe fazer uma referência direta ao passado imperialista do Japão e expressar "remorso", assim como desculpas, como já fizeram ex-chefes de Governo durante os aniversários de 50 e 60 anos do fim do conflito.
Em Tóquio, no entanto, mais de 100 parlamentares japoneses visitaram nesta quarta-feira, por ocasião de um festival da primavera, o santuário Yasukuni, um local de culto considerado por China e Coreia do Sul como um símbolo do passado militarista do Japão.
No total, 106 deputados e senadores de diferentes partidos políticos visitaram o local. Nenhum ministro do governo conservador Shinzo Abe participou no ato.
Yasukuni homenageia 2,5 milhões de mortos nas últimas guerras, incluindo 14 criminosos de guerra condenados pelos aliados após a rendição do Japão em 1945.
China e Coreia do Sul, vítimas do expansionismo japonês da época, não aceitam as visitas de políticos nipônicos ao santuário, pois consideram que a atitude glorifica o imperialismo do país.
70 anos do fim da II Guerra
Premier japonês manifesta "remorso" por agressões
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