Contrários ao projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados que amplia a possibilidade de terceirizar todas as atividades empresariais, trabalhadores saem às ruas em mobilização nacional nesta quarta-feira para externar a insatisfação com a medida.
Batizada de Dia Nacional de Paralisação, a data ganha força antes mesmo que os parlamentares tenham votado todas as propostas de alteração no texto (27 destaques e seis emendas aglutinativas - que unem outros destaques em um só texto - foram apresentadas em sessão na terça).
Entre as centrais sindicais que lideram a mobilização, a opinião é de que o projeto de lei - cujo texto-base foi aprovado pela Câmara na semana passada - precariza as relações de trabalho, uma vez que abre a possibilidade de as empresas terceirizarem sua atividade principal (ou atividade-fim).
Até agora, era permitida apenas para a atividade-meio (secundária), como quando é contratada uma firma que fornece serviços de limpeza e vigilância. Os contrários à medida ainda temem retrocesso nos direitos trabalhistas, tentativa de achatar salários e incentivo a demissões.
Na sessão que começou a apreciar as propostas de alteração na propostas, deputados excluíram as empresas públicas e sociedades de economia mista (como Banco do Brasil e Petrobras) da terceirização. Dessa forma, fica mantido o concurso público para as carreiras de atividade-fim (bancários nos casos dos bancos, por exemplo).
Mesmo assim, categorias que deixam de ser impactadas pelo projeto mantiveram a paralisação. São casos como servidores da Trensurb e da Carris. No caso da Carris, rodoviários afirmaram que aproveitam a data de mobilização nacional para apresentar reivindicações internas.
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No Rio Grande do Sul, também devem participar do protesto trabalhadores de escolas, bancos, universidades, hospitais, previdência e postos de saúde. Veja quais serviços serão afetados.
Paralelo à paralisação, a Câmara de Deputados retoma, a partir das 14h, a votação dos pedidos de mudança no projeto de terceirização. E as principais polêmicas ficaram para esta quarta-feira: entre elas, está o destaque do PT que pretende proibir a terceirização em todas as áreas da empresa.
* Zero Hora