O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou, nesta quinta-feira, a morte de dois reféns da Al-Qaeda - um americano e um italiano - assassinados acidentalmente em uma operação americana na fronteira afegã-paquistanesa, um incidente pelo qual o presidente assumiu "responsabilidade total".
- Quero expressar nossas condolências às famílias dos dois reféns, o americano Warren Weinstein e o italiano Giovanni Lo Porto, que morreram tragicamente em uma operação antiterrorista americana - disse Obama.
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- Assumo a responsabilidade total por todas as operações antiterroristas, incluindo a que de maneira inadvertida tirou as vidas de Warren e Giovanni - acrescentou o presidente.
A Itália, por sua vez, classificou de "erro trágico e fatal de nossos aliados" a morte do italiano Lo Porto, mas acrescentou que toda a responsabilidade é dos terroristas. O ministério das Relações Exteriores italiano afirmou em um comunicado que Lo Porto morreu "pelo trágico e fatal erro de nossos aliados americanos, reconhecido pelo presidente (Barack) Obama".
- A responsabilidade por sua morte e pela do (refém americano) Warren Weinstein, no entanto (...) é toda dos terroristas, contra os quais confirmamos o compromisso da Itália junto a nossos aliados.
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Na operação, realizada em janeiro contra uma base da Al-Qaeda na fronteira entre Afeganistão e Paquistão, também ocorreu a morte de Ahmed Faruq, um americano líder da rede jihadista.
- Identificaremos as lições que podem ser aprendidas com esta tragédia e qualquer mudança que deva ser feita. Faremos o máximo possível para garantir que isso não se repita - disse Obama.
Weinstein, um trabalhador humanitário de 73 anos, foi sequestrado pela Al-Qaeda em agosto de 2011 na cidade paquistanesa de Lahore. La Porto, também um trabalhador humanitário de 39 anos, desapareceu em 2012 também no país.
- Estamos devastados por esta notícia e por saber que meu marido nunca retornará a salvo para casa - declarou em um comunicado a viúva de Weinstein, Elaine.
Ela acrescentou que a Al-Qaeda tem a responsabilidade final pela morte de seu marido, mas criticou a assistência irregular e decepcionante da administração americana a sua família durante o tempo em que seu marido esteve sequestrado.
Embora tenha lamentado a morte dos reféns, Obama afirmou que a operação "eliminou perigosos membros da Al-Qaeda", explicando que a informação que tinha no momento justificava o ataque.
- Baseados na inteligência que havíamos obtido no momento, incluindo centenas de horas de vigilância, acreditávamos que esta era uma base da Al-Qaeda, que não havia civis presentes, e que não era possível capturar estes terroristas - disse o presidente, que não aceitou perguntas dos jornalistas.
*AFP