A delegada Carla Dolores Castro de Almeida, da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente, explica que o motivo da morte de Dian Luca dos Santos Soares, 14 anos, foi uma rixa pessoal entre ele e Alifer da Silva Farias, 18 anos, preso em flagrante pelo assassinato.
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Além de Alifer, a delegada ouviu testemunhas do crime. Familiares da vítima ainda não prestaram depoimento, mas devem ser ouvidos nos próximos dias. Apesar de Dian ter estudado na mesma escola que o adolescente de 15 anos, que foi atingido em um tiroteio na Praça Saturnino de Brito, a delegada explica que não há nada que relacione um fato a outro. Carla ainda descarta, por enquanto, o envolvimento dos chamados bondes ou de gangues.
- O acusado tinha uma motivação pessoal contra a vítima, inclusive eles já tinham se prometido pelo Facebook. Até agora, na investigação, não dá para afirmar que esse homicídio esteja relacionado com bonde, ou com rivalidade entre gangues. Não dá para estigmatizar um adolescente que mora na periferia como um adolescente que integra gangue. Em momento algum ele ventilou situação de gangue ou bonde - afirma a delegada.
A rixa seria de Dian e o amigo, que estava junto na hora da briga, com o suspeito de matá-lo, conforme a delegada.
A mãe de Dian, Jucimar dos Santos Soares, 40 anos, lembra que desde o ano passado, quando "começou a andar com outros amigos", o filho passou a ter problemas na escola.
- Fomos chamados várias vezes no ano passado, neste ano umas três. Ele começou a ficar rebelde. Fazia duas semanas que ele estava de castigo por causa disso, mas no sábado ele disse que ia sair com um amiga. Como é que poderia saber que iam matar? - explica a mãe.
"O problema não é a BM estar ou não presente", diz comandante
Worney Dellani Mendonça, comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO), explica que a violência que envolve jovens não tem relação apenas com a presença de policiais militares:
- Os problemas com os adolescentes e os casos de violência envolve outros fatores, a família, o controle do pais. A última consequência é a presença da polícia - argumenta.
Sobre a queixa de uma mulher que esteve no local onde o adolescente caiu antes de morrer, que a Brigada Militar teria demorado no atendimento e da conduta dos policiais, Worney afirma que é uma acusação grave:
- Se uma denúncia formalizada, vamos apurar isso, se tinha viatura no local e outras questões. Mas é uma acusação leviana - explica o coronel.
Testemunhas também reclamaram da demora do Samu para prestar o atendimento. A ambulância teria sido chamada quando o adolescente ainda tinha sinais vitais, mas, quando a equipe de socorro chegou, ele já estava morto. Carolina Schley, responsável pelo Samu, informou que a ligação foi feita às 18h36min, para a central em Porto Alegre. A ambulância foi acionada às 18h39min e chegou ao local às 18h48min.