Conhecido por discursos eloquentes e, muitas vezes, longos, o vereador João Carlos Maciel (PMDB), dessa vez, silenciou. Em seu retorno ao Legislativo, na tarde desta terça-feira, o peemedebista não fez uso da tribuna, espaço regimental usado pelos políticos da Casa, e disse aos colegas ter sido vítima de um ataque da imprensa.
O peemedebista ficou mais de duas semanas afastado da Câmara mediante a apresentação de dois atestados médicos que indicavam que o vereador estava com problemas neurológicos após a sua prisão, no dia 26 de março. À época, ele foi preso em flagrante, durante um cumprimento de mandado na sede de seu programa social da Operação Medicaro, que investiga o superfaturamento na compra de remédios pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O primeiro compromisso de Maciel no Legislativo foi, à tarde, com os colegas da Comissão de Constituição e Justiça, Ética e Decoro Parlamentar. A comissão cogita a abertura de uma subcomissão que apure se houve quebra de decoro parlamentar por parte do parlamentar, que é investigado em inquérito paralelo ao da Operação Medicaro.
Maciel, que é vice-presidente da CCJ de Ética, questionou o colega Admar Pozzobom (PSDB), que preside a comissão, quanto ao embasamento para uma eventual abertura de uma subcomissão:
_ Gostaria de saber os critérios para isso. Reitero, aqui, que quero saber dos critérios. Até porque teremos, então, de partir para outras coisas.
Amplo direito à defesa
O tucano Admar Pozzobom assegurou que, se for aberta a subcomissão, será dado a Maciel amplo direito à defesa. Admar afirmou que aguarda o parecer da Procuradoria Jurídica da Casa para a abertura ou não da subcomissão. Na mesma linha, o vereador Werner Rempel (PPL) disse que a ferramenta da Casa é um espaço para que Maciel possa se defender.
_ Já me manifestei em outros momentos favorável à abertura de uma subcomissão. A nossa prerrogativa, enquanto vereadores, é viabilizar isso. Não se trata de apontar o dedo para o vereador Maciel, mas de dar amplo direito à defesa dele.
Desabafo e poucas palavras
Maciel teve alguns minutos para falar aos colegas da CCJ. O vereador reiterou que foi vítima de uma grande confusão e afirma ter passado por momentos difíceis.
_ Fui vítima de uma grande confusão. Exerço um trabalho social há mais de 40 anos. O que me entristece é que fui execrado pela mídia. A mídia bombardeou o meu nome.