Investigados na Operação Lava-Jato, os deputados gaúchos Jerônimo Goergen e Renato Molling prestaram depoimento na Polícia Federal, em Brasília, nesta quarta-feira. Os dois estão entre os seis parlamentares do PP-RS que, segundo o doleiro Alberto Youssef, receberiam mesada abastecida com recursos desviados da Petrobras.
Molling depôs pela manhã, por cerca de uma hora e meia. Foi ouvido por um Procurador da República e por um delegado da PF. Durante o depoimento, ele rejeitou qualquer relação com o esquema investigado e negou ter recebido recursos de forma ilícita. Segundo o deputado, ele se ofereceu para prestar os esclarecimentos. O gaúcho já havia autorizado a liberação dos seus sigilos bancário, telefônico e fiscal. Até o final da semana a polícia terá os extratos bancários e as declarações de imposto de renda do parlamentar.
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Já Goergen falou por duas horas para um delegado e três procuradores. Respondeu perguntas sobre as supostos pagamentos e eventuais contrapartidas que os deputados deveriam dar para receber os repasses, que, conforme Youssef, teriam valores entre R$ 30 mil e R$ 150 mil. O dinheiro seria proveniente das comissões de 1% pagas ao PP por empreiteiras com base nos valores dos contratos firmados na Diretoria de Abastecimento da Petrobras.
Goergen negou as afirmações do doleiro e explicou que não era deputado federal em 2010, uma das datas usadas como referência para elaboração da lista dos beneficiários da mesada. Goergen também forneceu detalhes sobre as brigas internas no PP, que envolviam a liderança na Câmara a partir de 2011. Neste caso, frisou que era opositor do grupo de Nelson Meurer (PR), Mário Negromonte (BA) e João Pizzolatti (SC), que teriam liderado o esquema em seu princípio.
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- Fui chamado porque fiz questão de me oferecer para falar. Já entreguei meus sigilos, estou contribuindo com a investigação. Quero que ela seja concluída com independência - diz Goergen.
Dos outros deputados do PP-RS investigados, Luis Carlos Heinze tem depoimento marcado para a próxima sexta-feira. José Otávio Germano, Vilson Covatti e Afonso Hamm ainda não foram chamados para dar esclarecimentos no inquérito que está no Supremo Tribunal Federal (STF).