A pesquisa de preços do Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM) mostra que a inflação segue acelerada em Santa Maria. No mês de março, a variação média foi de 2,1%, superior ao recorde anterior, que tinha sido registrado em fevereiro (1,28%), e a maior alta já registrada desde 2006. A explicação, conforme o economista e professor universitário que lidera a equipe, Mateus Frozza, é o impacto do rejuste da energia elétrica:
_ A conta de luz fez o grupo de gastos com habitação aumentar, em média, 9,19% no mês. Em consequência, serviços de lavanderia, cabeleireiro, entre outros, foram reajustados, impactando no grupo despesas pessoais, que teve a segunda maior alta, de 1,6%. No acumulado dos três primeiros meses do ano, a alta já chega a 4,26%. No ano passado, o acumulado de janeiro, fevereiro e março foi de 1,66%. Considerando os últimos 12 meses, a inflação acumulada é de 9,74%, bem maior que a meta do governo de fechar o ano em 6,5%.
Inflação oficial chega a 8,13% em 12 meses, maior alta em 11 anos
Conforme a avaliação do economista, a tendência é que os preços sigam acelerados, embora dificilmente repitam o resultado do mês de março. O alívio fica por conta dos alimentos, já que o período é de safra de produtos básicos como arroz, feijão, mandioca e milho. Mas a expectativa de novo aumento na energia elétrica na região _ a data-base para o reajuste anual da AES Sul é 19 de abril _ e dos anúncios de alta nos preços de medicamentos em 7,5% e das despesas postais em 9,5%, confirmam o pessimismo:
_ Não se sabe até quando essa tendência seguirá. Para o consumidor, resta fazer pesquisas de preços e buscar pagar menos em mercados de bairros, que costumam cobrar menos por itens como carne, hortifrúti e pão _ finaliza Frozza.