O governo da presidente Dilma Rousseff voltou a pedir clemência para o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, detido por tráfico e condenado à morte na Indonésia. A solicitação foi feita às vésperas de uma reunião em que, provavelmente, será informada oficialmente a data do fuzilamento de Gularte e mais nove estrangeiros.
A família de Gularte já foi informada oficialmente que ele será executado, segundo o G1. Como a lei indonésia prevê que os presos sejam informados com 72 horas de antecedência, Gularte poderá ser morto a partir da próxima terça-feira.
A Indonésia convocou o representante da Embaixada do Brasil no país, juntamente com os diplomatas de todos os países que têm cidadãos no corredor da morte, para comparecerem a uma reunião neste sábado, na prisão de Nusakambangan, em Cilacap, a 400 km de Jacarta, para serem informados sobre os próximos passos a serem adotados em relação aos condenados.
Embora o assunto não tenha sido adiantado, a praxe é que os governos sejam convocados para tomar conhecimento da execução 72 horas antes de ela ocorrer.
Em mais uma tentativa de evitar a morte de Rodrigo Gularte, o representante da Indonésia no Brasil foi chamado ao Itamaraty, no fim da tarde de sexta-feira, para ouvir um novo pedido de clemência.
O embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães, subsecretário-geral da comunidade brasileira no exterior, disse ao ministro-conselheiro da Indonésia Rizki Safary, que embora o governo brasileiro não desconsidere a gravidade do crime cometido por Gularte e respeite a legislação local, apelava para que ele não fosse fuzilado, por "razões humanitárias", já que foi diagnosticado com esquizofrenia.
As relações entre Brasil e Indonésia estão estremecidas desde a execução do brasileiro Marco Archer Moreira, em 18 de janeiro, condenado por tentar entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína. Em represália, a presidente Dilma se recusou a receber as credenciais do novo embaixador indonésio no Brasil, Toto Riyanto, em 20 de fevereiro. Por isso, hoje o principal representante indonésio no Brasil é um ministro-conselheiro e não o embaixador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.