Escolas estaduais de Porto Alegre suspenderam as aulas nesta quarta-feira em função da paralisação de trabalhadores contra o PL 4330 - projeto de lei que amplia a possibilidade de terceirizar todas as atividades empresariais.
Zero Hora circulou por algumas das maiores instituições de ensino públicas da Capital. De dez colégios estaduais visitados, seis estavam fechados. Entre eles, as escolas técnicas Parobé e Ernesto Dornelles e o Colégio Estadual Julio de Castilhos, o Julinho.
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O Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato), que está mobilizando a categoria contra o projeto de lei, estima que 90% das instituições estaduais estejam com portões fechados. Um número oficial, no entanto, ainda não foi divulgado pelo sindicato. De acordo com a diretoria, ainda que o PL tenha excluído a possibilidade de ampliação da terceirização em empresas públicas, a categoria continua mobilizada.
- Continuamos na linha de tiro. Nós, professores, temos uma grande responsabilidade. Se não vai alterar o serviço público, pode ser que mude a vida de nossos alunos e dos pais deles. E nós temos compromisso com isso - afirma Helenir Aguiar Schürer, presidente do Cpers.
Julinho deixou aviso aos alunos sobre o fechamento
Foto: Ricardo Duarte, Agência RBS
Das escolas fechadas, somente algumas tinham cartazes anunciando o motivo pelo qual não haveria aula. Marina Silveira, 15 anos, aluna do 1º ano no Parobé, faltou à aula na terça e foi surpreendida pelos portões fechados pouco depois das 7h desta quarta. Sem saber o que acontecia, tomou o lotação de volta para casa, no bairro Hípica.
Marina Silveira foi surpreendida pelo fechamento do Parobé
Foto: Bruna Scirea, Agência RBS
Nos colégios estaduais Uruguai e Piratini - nos bairros Moinhos de Vento e Mont´Serrat, respectivamente -, as disciplinas eram lecionadas normalmente. Alunos que não puderam chegar às instituições devido à falta de ônibus não receberão falta, informam as direções. No Piratini, a estimativa é de que 40% dos alunos não tenham comparecido nesta manhã.
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Escolas municipais
As escolas municipais visitadas por Zero Hora funcionavam normalmente nesta manhã.
Universidades
As duas maiores universidades de Porto Alegre, PUCRS e UFRGS, se manifestaram sobre o paralisação. A Federal admite que há professores que cancelaram aulas e/ou provas, mas afirmam que não existe uma orientação oficial para isso, pois os docentes têm autonomia nas aulas. Já a PUCRS afirma que os funcionários não paralisam, mas que a universidade vai ser flexível com os alunos que tiverem dificuldades de deslocamento e não conseguirem chegar às aulas, e que estes não sofrerão prejuízos.