A gestão do hospital regional de Santa Maria deve ser motivo de uma nova reunião. Dessa vez, o encontro, ainda sem data definida, será entre secretários municipais de Saúde da Região Central, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e o governo do Estado. Neste novo encontro, a ideia é que os municípios possam mostrar eventuais alternativas à gestão da unidade hospitalar, de R$ 45 milhões, que está praticamente conlcuído, mas segue sem previsão de entrega.
Na audiência pública desta sexta-feira, que foi proposta pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, o deputado federal Osmar Terra (PMDB) defendeu que agestão do regional não fique com a Ebserh. No final de 2014, na gestão de Tarso Genro (PT), foi assinado um termo de cooperação com a empresa. Porém, o atual comando do Piratini sinaliza com uma possível mudança na gestão.
Terra elevou o tom ao dizer que é "falaciosa a ideia de que a Ebserh injetará recursos públicos na gestão do hospital regional". Para ele, essa afirmativa é uma armadilha. O parlamentar sustenta que há outras saídas como, por exemplo, buscar a Rede Sarah ou até mesmo instituições filantrópicas.
O prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer (PMDB), falou não ter contrariedade à Ebserh. O chefe do Executuivo municipal reiterou que o foco da discussão deve ser uma saída que viabilize o começo das atividades do regional e, por consequência, o começo dos serviços.
Confira abaixo os principais momentos da audiência desta sexta-feira:
Com pouco mais de 30 minutos de atraso teve início, às 9h30min desta sexta-feira, a audiência pública para tratar da gestão do hospital regional de Santa Maria. A unidade hospitalar, que está praticamente concluído, ainda segue sem previsão de entrega.
A audiência, que foi proposta pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, trouxe ao Plenário do Legislativo dezenas de lideranças políticas, prefeitos e secretários de saúde da Região Central.
Além do deputado estadual Valdeci Oliveira (PT), que preside a comissão e que propôs a audiência, também estiveram presentes o prefeito Cezar Schirmer (PMDB) e os deputados estaduais Adão Villaverde (PT) e Jorge Pozzobom (PSDB). O deputado federal Osmar Terra (PMDB) também acompanhou a audiência.
A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi representada por Luiz Vicente Aquino, coordenador de Planejamento da empresa. No final do ano passado, na gestão de Tarso Genro (PT), foi assinado um termo de cooperação com a Ebserh. Porém, o atual comando do Piratini sinaliza uma possível mudança na gestão.
Por volta das 10h, a diretora do Husm, Elaine Resener, falou sobre a infraestrutura e os serviços que o hospital regional oferecerá à população de Santa Maria e também da região. Ela sustentou que serão abertas, ao todo, mais de 1,2 mil vagas que devem ser preenchidas por meio de concurso público. Elaine ainda enfatizou que o hospital regional deve oferecer 9,2 mil consultas por mês, junto às especialidades de média e alta complexidade.
O que diz o governo do Estado
O diretor do Departamento de Atenção Hospitalar e Ambulatorial da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Britto, falou por breves minutos. Ele reiterou que o hospital regional terá condições de atender a uma demanda reprimida de Santa Maria e Região Central:
- Essa situação, de precariedade da saúde pública, não é desse ou de outros governos. É de longa data. Agora, deixo o seguinte registro: o que a região decidir da conduta e da vocação e da gerência desse hospital será acatado por nós.
Britto reiterou a parceria ao lado do deputado federal Osmar Terra (PMDB):
- O Terra acompanha a situação (do regional) desde os primórdios dessa tratativa.
Britto citou que o momento do Estado é de dificuldade financeira:
- O momento de dificuldade não é só do Estado, mas que é de todo o país. Queremos saldar as dívidas sem descuidar da qualidade do atendimento à saúde pública. Não vamos fazer um discurso de que não temos dinheiro. Vamos, sim, apoiar o que aqui for decidido.
Osmar Terra eleva o tom e diz que regional não deve ter especialidade
A fala mais polêmica na audiência pública sobre a gestão do hospital regional ficou com o deputado federal Osmar Terra (PMDB). O peemedebista, que já foi secretário estadual de Saúde por oito anos, elevou o tom e se colocou contrário à uma possível administração do hospital regional pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Ele reiterou que o propósito inicial do regional não está sendo cumprido:
- O hospital regional foi concebido para atender às demandas dos municípios pequenos, que apresentam dificuldades em atender a demanda diária. O regional não é para especialidades, mas sim para atender demandas gerais. O regional é para atender quem bate à porta do hospital.
Terra enfatizou que o atendimento não pode ficar nas mãos "da academia ou de professores universitários" - em referência ao Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), que é administrado pela Ebserh. Anteriormente, a diretora do Husm, Elaine Resener, enfatizou que a Ebserh tem as condições necessárias de assumir a gestão do regional.
O deputado federal ainda defendeu que a Rede Sarah possa assumir a gestão do hospital:
- A planta inicial do regional previa atender a chamada demanda de porta. Ou seja, o cidadão que não encontra atendimento em sua cidade. Já a outra situação compreendia um hospital aos moldes da Rede Sarah para recuperação e a reabilitação de pessoas. A Rede Sarah tem orçamento próprio e, inclusive, tem condições de assumir e tocar o hospital regional.