Ao menos 37 pessoas morreram e outras 80 ficaram feridas em um ataque noturno contra uma fábrica de laticínios em Hodeida (oeste do Iêmen), no sétimo dia da campanha aérea da coalizão militar árabe contra os rebeldes xiitas apoiados pelo Irã.
- Trinta e sete pessoas morreram e 80 ficaram feridas entre os funcionários - declarou o governador Hassan Ahmed al-Hai, sem informar se a fábrica foi atingida pela coalizão ou pelos rebeldes xiitas huthis, que têm um acampamento próximo ao local.
Os mortos e feridos foram levados ao hospital 22 de Maio, enquanto as equipes de resgate seguiam buscando outras eventuais vítimas na parte do edifício que ficou destruída pela explosão.
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As circunstâncias exatas dos incidentes continuam sendo pouco claras: várias testemunhas afirmaram que os rebeldes huthis dispararam morteiros em direção à fábrica depois que sua posição foi alvo de um bombardeio da coalizão, enquanto outras disseram que a fábrica foi atingida por um míssil disparado por um avião da coalizão árabe.
Um militar baseado em Hodeida independente dos dois grupos descartou que se tratasse de um bombardeio da coalizão:
- Se a fábrica tivesse sido alvo da aviação, teria ficado completamente destruída. Mas a explosão só atingiu uma parte da instalação, o que parece indicar um disparo próximo - explicou à AFP.
O ministro das Relações Exteriores iemenita, Ryad Yasin, refugiado em Riad, pediu, nesta quarta-feira, à coalizão internacional dirigida pela Arábia Saudita que combate os rebeldes xiitas no Iêmen que envie forças terrestres.
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- Sim, peço isso porque acredito que, em algum tempo, os bombardeios aéreos serão ineficazes - disse Yasin em uma entrevista à AFP uma semana após o início dos ataques contra os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã, que controlam extensos pedaços de território no Iêmen.
O apelo de Yasin coincidiu com declarações alarmistas da ONU e de ONGs, que estão preocupadas pelo fato de cada vez mais civis figurarem entre as vítimas dos bombardeios aéreos e porque uma crise humanitária se perfila no horizonte.
Yasin afirmou que, efetivamente, irão ocorrer menos perdas civis se a coalizão enviar tropas terrestres e que o principal motivo de seu pedido está vinculado à necessidade de facilitar a entrada no Iêmen de ajuda humanitária.
- Sugiro começar o mais rápido possível - disse, acrescentando, a propósito das organizações humanitárias:
- Não contamos com nenhum lugar seguro a partir do qual possam operar.
*AFP