
Um adolescente espanhol de 13 anos matou um professor e deixou quatro pessoas feridas em um ataque com uma faca e uma balestra (espécie de arco e flecha com um gatilho) em uma escola de Barcelona. A morte, que é a primeira por agressão em um centro de ensino na Espanha desde o fim da ditadura (1939-1975), deixou o país em estado de choque.
A agressão aconteceu por volta das 9h15 (horário local) no instituto Joan Fuster, um colégio considerado tranquilo com quase 500 alunos e 40 professores em um bairro de classe média da cidade. O governo regional da Catalunha decretou um dia de luto e o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy afirmou que estava "comovido".
Ao chegar para a aula, o jovem teria atacado uma professora e outra aluna de sua classe. O professor da sala ao lado, que trabalhava há poucos dias na escola como substituto, correu para ver o que acontecia quando foi atacado e morto.
O agressor feriu outras quatro pessoas, duas professoras e dois alunos, e todos estão fora de perigo, segundo a diretora da escola, Maria Dolors Perramon. Uma aluna de 13 anos estava na aula de Ciências Sociais com o professor que foi assassinado.
- O professor saiu para o corredor, ouvimos um barulho muito forte, seguimos para o corredor e vimos o professor no chão - disse.
O suposto agressor seguiu então para sua sala, enquanto os outros alunos, desesperados, buscavam proteção.
- Nos escondemos atrás das mesas e das cadeiras. Ele entrou, procurou um colega de turma e o esfaqueou no tórax. Nós ficamos em choque, mas depois colocamos mesas atrás da porta e, quando ele se afastou, corremos para o pátio - disse uma testemunha.
Apaixonado por armas
- Ele não parece alguém capaz de fazer algo assim. A única coisa diferente era que gostava do tema militar, do exército, das armas. Às vezes comparecia à escola com calças com estampa de camuflagem militar - explicou uma colega.
Outro aluno, de 17 anos e colega de turma da irmã do suposto agressor, também recordou a paixão do adolescente por armas.
- Parecia normal, mas era apaixonado por armas.
Como ainda não completou 14 anos, a lei espanhola impede qualquer acusação formal contra o menor, que está na unidade de psiquiatria de um hospital de Barcelona. Depois ficará à disposição dos serviços de atendimento à infância da região.
As aulas foram suspensas até quarta-feira. A escola e o governo disponibilizaram atendimento médico e psicológico aos alunos.
*AFP