No dia 21 de agosto de 1994, um avião ATR-42 da companhia marroquina Royal Air Maroc (RAM) decolou de Agadir num voo doméstico em direção a Casablanca, no Marrocos. Cerca de 10 minutos após a partida, a aeronave perdeu o controle e mergulhou até se chocar contra os Montes Atlas. Investigações posteriores mostraram que o piloto desconectou o piloto automático e dirigiu deliberadamente o ATR-42 para o solo. Todas as 44 pessoas a bordo morreram. O sindicato dos aeronautas do Marrocos questionou essas conclusões, afirmando que o profissional estava em perfeito juízo antes da decolagem e não havia sinais de infelicidade ou frustração em sua vida pessoal.
Ocorrido há 21 anos, o desastre aéreo no Marrocos é o maior provocado por ação deliberada de um integrante da tripulação segundo a base de dados da Aviation Safety Net (ASN), que inclui 15.236 acidentes.
Outros dois acidentes com essas características fazem parte da lista. Em 13 de julho de 1994, um engenheiro da força áerea russa roubou um Antonov 26 na base aérea de Kubinka para cometer suicídio. Único ocupante do aparelho, ele permaneceu sobrevoando a cidade até o fim do combustível, quando a aeronave caiu. O piloto foi a única vítima fatal.
Em outro caso, um DC-8 da Japan Air Lines proveniente de Fukuoka, no Japão, caiu na Baía de Tóquio em 9 de fevereiro de 1982, provocando a morte de 24 dos 174 ocupantes. As apurações concluíram que o piloto sofreu uma perturbação mental, desligou o piloto automático e empurrou os comandos, enquanto o copiloto tentava recuperar o controle da aeronave.
A companhia Germanwings afirma que o copiloto Andreas Lubitz, que aparentemente provocou deliberadamente a queda do Airbus A320, passou por todos os testes médicos e de capacitação antes de começar a pilotar. Ele iniciou seu treinamento em 2008 e foi considerado "100% capaz" de assumir a função, embora tenha interrompido a formação de piloto por um período. Lubitz não estava fichado como terrorista, e nada leva a pensar que o avião tenha sido alvo de um ato terrorista.
Segundo o promotor Brice Robin, do Ministério Público de Marselha, durante os primeiros 20 minutos de voo, houve uma troca de cortesias e até mesmo brincadeiras entre o piloto e o copiloto, conforme informações registradas na caixa-preta do Airbus.
Quando o piloto começa preparar o procedimento para a aterrissagem em Düsseldorf (Alemanha), o copiloto se mostrou mais "lacônico". Depois que o comandante sai da cabine, o copiloto fica sozinho até o momento da queda.
- Por vontade própria, ele se negou a abrir a porta da cabine para o comandante - enfatizou Robin. _ Ele não tinha nenhuma razão para impedir a volta do comandante ao cockpit.