Uma semana após o fim dos protestos que paralisaram as estradas em todo o país, os caminhoneiros voltaram a se reunir com o governo federal e empresários do setor, nesta terça-feira, na sede da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília. A reunião durou cerca de três horas e contou com a participação dos ministros dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, do Trabalho, Manoel Dias, e da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto. O tema principal foi o preço do frete. Para o caminhoneiro Vinícius Valim, de Três Cachoeiras, no Rio Grande do Sul, a categoria hoje trabalha com prejuízo.
- Hoje, a gente está trabalhando com prejuízo, não estamos nem empatando, estamos pagando pra trabalhar.
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Os motoristas querem criar uma tabela para regular o preço dos fretes em todo país. Essa proposta vai ser analisada por um dos três grupos de trabalho que foram formados durante a reunião na ANTT. Um segundo grupo vai cuidar da regulamentação da Lei dos Caminhoneiros, que foi sancionada, sem vetos, na semana passada pela presidente Dilma Rousseff. A sanção dessa lei era uma das exigências dos manifestantes, mas ainda precisa de definições. Por exemplo, sobre onde vão ser construídos os locais de descanso para os motoristas. O presidente da ANTT, Jorge Bastos, não deu detalhes, mas disse que as obras vão começar em breve.
- Vão começar pelas rodovias concedidas. Essas rodovias vão ter os seus pontos de parada em no máximo um ano. Vão ser estabelecidos e ficar prontos nesse prazo.
Um terceiro grupo de trabalho vai se concentrar na revisão do marco regulatório do transporte de cargas. Apesar de não ter trazido resultados conclusivos, o encontro foi avaliado como positivo pela maioria dos caminhoneiros que estavam presentes. Mas a categoria diz que segue em alerta e não descarta novas paralisações.
- A gente vai ficar de olho. Se o governo cumprir, a gente cumpre. Mas estamos cansados de promessas, diz o caminhoneiro autônomo Jorge Flores de Oliveira, de Lages, em Santa Catarina.
- A gente não quer que volte a paralisar, mas vai depender do resultado de Brasília, afirma Vinícius Valim, de Três Cachoeiras, no Rio Grande do Sul.
Uma nova reunião entre governo federal, caminhoneiros e empresários foi marcada para o próximo dia 26, em Brasília, quando as propostas desenvolvidas pelos grupos de trabalho serão apresentadas.