Após a morte de um caminhoneiro em São Sepé, e de liminares judiciais impedindo bloqueios no Estado, as manifestações mudaram de rumos na região. Na tarde de domingo, manifestantes de Cruz Alta, Júlio de Castilhos, Santiago, São Sepé e São Vicente do Sul admitiram que, sim, estão pedindo que colegas parem nos postos e, de tempos em tempos, são liberados para seguir viagem.
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Eles dizem que a manutenção do movimento se tornou uma questão de honra e prometem reforçar os protestos nesta semana. Além disso, em três cidades, eles migraram de rodovias federais para estaduais.
- Pedimos que fiquem um pouco e, depois, liberamos. Para que não aconteça o mesmo de São Sepé - diz o Rodrigo Cogo, de Santiago.
Martirização não é o melhor
Apesar da comoção gerada pela morte de Cléber Adriano Ouriques, 38 anos, o sociólogo do Centro Universitário Franciscano (Unifra) Guilherme Howes afirma que não se pode criar um mártir. Segundo ele, a martirizarão de qualquer pessoa, principalmente, nesta situação, pode prejudicar o ideal principal da mobilização.
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- Tem que se apurar, investigar e averiguar os responsáveis, mas criar um mártir não é o melhor - explica o sociólogo.
O professor ressalta que ainda é muito cedo para avaliar uma possível mudança de postura nos protestos devido à morte do caminhoneiro. Ele lembra que a manifestação sempre traz prejuízos particulares - como falta de produtos alimentícios e combustíveis -, mas a finalidade, se conquistada, é um bem coletivo.
AS RODOVIAS
Cruz Alta - Protesto migrou da BR-158 para a ERS-342, no Posto 44, próximo à Ijuí. A movimentação é pacífica
Júlio de Castilhos - Caminhoneiros continuam concentrados na BR-158, no posto Santa Lucia.
São Vicente do Sul - Protesto saiu da BR-287 e está concentrado na ERS-241, na altura do trevo do Posto Piccolo. Agricultores estão apoiando
Santiago - Protesto migrou da BR-287 para a ERS-377 ainda no sábado. No final da tarde de domingo, os caminheiros se desmobilizaram por causa da chuva. Eles estavam liberando os colegas a cada 3 horas
São Sepé - Manifestantes seguem na BR-392, agora com uma faixa de luto no local