A história de Alexandre dos Santos, 25, com a produção de cervejas começou como a de muitos outros apaixonados pela bebida. Gostava de beber com os amigos em bares ou churrascos, mas não prestava muita atenção no que tomava. Com o tempo, descobriu os primeiros rótulos de artesanais produzidas na região e a curiosidade nasceu.
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O interesse em provar os novos sabores levou ao desejo de produzir e assim a história de Santos mudou de rumo: ele largou o emprego como web designer para se dedicar à vida de cervejeiro.
O blumenauense buscou cursos, informações na internet e começou a fazer em casa sua própria cerveja, prevista para ser lançada oficialmente neste ano. O caso de Santos retrata um mercado em expansão no Brasil e que encontra em Santa Catarina um dos seus pontos mais fortes no país.
Maior a cada ano, o Festival Brasileiro da Cerveja mostra que as bebidas artesanais caíram no gosto brasileiro e que fazer a própria bebida pode ser muito mais que um hobby. É o que demonstra Alexandre Mello, um dos sócios da cervejaria Itajahy, catarinense que há menos de dois anos investindo no mercado já venceu premiações internacionais pela qualidade:
- Em 2013 assumi a cervejaria ao lado de um sócio, criamos a marca Itajahy a partir de um hobby e sonho que tínhamos. Eu comecei a fazer cerveja em casa, nas panelas, hoje já dedico 100% do meu tempo à cervejaria. Temos quatro funcionários e uma produção de até 12 mil litros por mês.
Artesanais representam 1,5% do total de vendas de cerveja
Para ele, o mercado tem crescido muito e há espaço para marcas com bons produtos, cada vez mais procurados pelo consumidor.
- A gastronomia está em alta, é fácil perceber que o público está cada vez mais interessado em novos sabores. A perspectiva para o mercado é muito interessante -afirma Charles Ristow, cervejeiro da Belgard, marca blumenauense que lançou a primeira cerveja nesta edição do Festival Brasileiro e já conquistou uma medalha de ouro.
Segundo o diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte, Carlo Enrico Bressiani, o mercado da cerveja artesanal cresceu 20% no Brasil em 2014, mas mesmo assim ainda ocupa apenas 1,5% do total de vendas de cerveja no país. Nos Estados Unidos, por exemplo, 20% das vendas da bebida são de artesanais. Há margem para crescimento, mas o especialista ressalta que é preciso ter um projeto viável e não deixar o sonho tomar conta, pois os investimentos são altos.
- O mercado ainda é jovem no Brasil, poucos anos atrás não encontrávamos tanta variedade de rótulos nacionais à venda. Ainda tem espaço para crescer muito e o mercado tem a capacidade de absorver a produção. As microcervejarias também estão unidas, não competindo umas com as outras, mas trabalhando para fortalecer o mercado em geral - aponta Mello.