Um tribunal da Argentina confirmou, nesta quinta-feira, que rejeita a denúncia do falecido promotor Alberto Nisman contra a presidente Cristina Kirchner por suposto acobertamento de ex-dirigentes iranianos no atentado contra um centro judeu em 1994, segundo uma fonte judicial.
A Sala I da Câmara Federal de Buenos Aires confirmou, por dois votos contra um, a decisão tomada pelo juiz federal Daniel Rafecas de rejeitar a denúncia de Nisman, depois de apresentada por seu sucessor, o promotor Gerardo Pollicita, de acordo com texto publicado pelo Centro de Informação Judicial (CIJ).
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A denúncia
Em um relatório de 300 páginas, Nisman pediu uma investigação contra Kirchner, que supostamente teria favorecido a assinatura em 2013 de um Memorando de Entendimento entre Argentina e Irã para poder interrogar os acusados em um terceiro país e avançar em um caso estancado há 20 anos.
A acusação de Nisman foi o último de uma série de confrontos entre funcionários de alto escalão e a Justiça argentina sobre o esclarecimento desse atentado. Além da investigação, Nisman havia pedido um embargo preventivo de bens no valor de 200 milhões de pesos (23 milhões de dólares) de Kirchner, de Timerman e de outros funcionários.
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A denúncia foi recebida com cautela por grupos da comunidade judaica, embora ao longo da semana tenham pedido que as provas que Nisman tinha fossem divulgadas.
*AFP