No dia de sua posse oficial como novo diretor do Presídio Central de Porto Alegre, o tenente-coronel Marcelo Gayer Barboza foi recebido com uma crise para administrar. Em entrevista exclusiva a Zero Hora, nesta quarta-feira, o oficial explicou o impasse com as delegacias ontem, e comentou os desafios para administrar a superlotação da cadeia.
Ex-comandante do 2º Regimento de Polícia Montada (2º RPMon), o cavalariano rejeita o rótulo de pior presídio do país e fez questão de circular com suas botas de montaria por corredores e salas para mostrar que a estrutura tem muito a oferecer.
O problema, segundo o tenente-coronel, se resume à falta de espaço. Por isso, é enfático ao afirmar que as vagas do antigo pavilhão C fazem falta. Confira trechos da entrevista.
Como funciona a proibição de entrada de novos presos no Presídio Central? Não entra preso condenado.
O preso vem pra cá, fica 24 horas, e a Susepe o realoca para outro presídio. Às vezes, fica quatro, cinco presos, até zerar. Às vezes, um, às vezes, nenhum. Isso depende da possibilidade que a Susepe tem de alocar essas vagas. A superintendência teve uma dificuldade e chegou-se a um teto que trancou (a entrada) até que se diminua a massa carcerária que está impedida de entrar. Houve um pedido da Susepe ao doutor Sidnei Brzuska (juiz da Vara de Execuções Criminais da Capital) para que desse 36 horas para conseguir as vagas. Não se conseguiu. Pediu-se mais 24 horas e também não se conseguiu todas as vagas. Hoje (nesta quarta-feira) tenho 32 presos que teriam de ser retirados.
Interdição do Central faz com que presos fiquem em delegacias
Presos provisórios deixam DPs de Porto Alegre e vão para o Presídio Central
Troca de comando
"Eu não teria demolido o pavilhão C", afirma novo diretor do Central
Em entrevista exclusiva a Zero Hora, tenente-coronel Marcelo Gayer Barboza comentou desafios para administrar a superlotação e disse que cadeia não precisa ser desativada
Carlos Ismael Moreira
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project