Após pronunciamento em que comentou os protestos que movimentaram o país nos últimos dias, Dilma Rousseff atendeu à imprensa. Além de justificar as medidas adotadas no setor econômico e defender os ajustes, a presidente falou sobre o pacote "anti-impunidade" do governo.
- A corrupção não nasceu hoje. Ela não só é uma senhora muito idosa nesse país, como não poupa ninguém - disse a presidente.
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De acordo com Dilma, é preciso "vigilância e legislação" para evitar novos casos e punir os corruptos e corruptores. Ela disse, ainda, não temer que os parlamentares barrem o "pacote anticorrupção" divulgado durante a campanha eleitoral e lembrado pelos ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, na noite de domingo, que deve entrar em pauta nos próximos meses:
- O Congresso não tem sido adverso com o meu governo. Sempre foi debatido antes, o Congresso foi bastante, e tem sido, sensível.
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Dilma voltou a defender as medidas de ajuste econômico, destacando que o governo não vai "acabar com o crédito", mas "reduzir o nível de subsídios", o que classificou como um período de "contenção". A mandatária admitiu que, apesar dos esforços do governo, "a economia não reagiu".
- Ninguém pode negar que nós fizemos de tudo. Em qualquer atividade humana se comete erros. O que eu não posso aceitar é ser responsabilizada por algo que seria pior se nós tivéssemos deixado - disse.
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A presidente destacou, ainda, que é necessário tratar "todas as instituições" com responsabilidade e classificou como "temeridade" acreditar que "alguém vai ganhar com a instabilização do país".
- É uma ingenuidade política apostar nisso - avaliou, dizendo estar aberta ao diálogo "com quem quer abrir diálogo".
Ao final da entrevista, Dilma disse não estar "fazendo nenhuma confissão", mas admitiu que um dos erros do governo foi deixar as matrículas do Fies a cargo das instituições privadas. Segundo a presidente, o problema "será corrigido".
*ZERO HORA