A Coreia do Norte disparou, nesta segunda-feira, dois mísseis em direção ao mar e prometeu "ataques impiedosos" contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul, no início de exercícios militares dos dois aliados. Os disparos foram acompanhados por um aviso do Exército Popular da Coreia do Norte (KPA).
- A situação da península coreana está, mais uma vez, a dois dedos do início de uma guerra. Os únicos meios de resposta à agressão dos imperialistas americanos e aliados não são nem o diálogo, nem a paz. Só podemos responder com ataques impiedosos - afirmou a agência oficial norte-coreana KCNA, que cita um porta-voz do KPA.
O Exército sul-coreano informou que os dois mísseis norte-coreanos, com alcance de cerca de 500 quilômetros, foram disparados da cidade portuária ocidental Nampo e caíram no mar, ao largo da costa oriental. Em declaração, Washington e Seul disseram que os disparos de mísseis são "uma provocação".
Para Pyongyang, os exercícios militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul são ensaios para uma invasão do seu território. Os dois aliados afirmam tratar-se de manobras puramente defensivas.
A Coreia do Norte ameaça repetidamente atacar, com meios nucleares, os Estados Unidos. Embora o programa nuclear norte-coreano não seja conhecido, peritos norte-americanos estimam que Pyongyang tenha entre dez e 16 armas nucleares. A Coreia do Norte fez, até agora, três ensaios nucleares em 2006, 2009 e 2013.
Os exercícios militares conjuntos, chamados Foal Eagle, vão durar oito semanas em manobras de treino aéreas, terrestres e marítimas, para as quais foram mobilizados cerca de 200 mil soldados sul-coreanos e 3.700 norte-americanos. Começa também nesta segunda um exercício conjunto de simulações - Key Resolve, durante uma semana.
Em janeiro, Pyongyang propôs a suspensão de ensaios nucleares se as manobras militares conjuntas deste ano fossem canceladas. Washington rejeitou a proposta, que considerou uma "ameaça implícita" de uma quarta explosão atômica.
As relações entre os dois vizinhos deterioraram-se desde 2010, ano marcado por dois incidentes graves: o bombardeio em março de uma corveta sul-coreana, atribuído a Pyongyang por um inquérito internacional (46 mortos), e o bombardeio de uma ilha sul-coreana pelo Norte em novembro (quatro mortos).
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.
*Agência Brasil