Um jovem alemão, morador da cidade de Dresden, capital e maior cidade do estado da Saxonia, com cerca de 535.800 habitantes, largou tudo e resolveu fazer um mochilão pela América Latina. Anton Alexander Bernhardt, 30 anos, conta, em um português meio enrolado, que mais parece um portunhol, que desde criança cultivava um amor pelo continente, e sempre quis conhecer os países da América.
Há dois anos e meio, ele recebeu o diploma do Ensino Superior e resolveu que, em vez de procurar um emprego, faria um autêntico mochilão pelo o continente em busca de uma aventura. Na Alemanha, ele deixou a mãe, a irmã e o pai:
- Abri o diploma, entreguei para minha mãe e disse: tchau, tchau. Ela ficou apavorada, com medo de que algo acontecesse comigo. Também não entendeu porque eu estava fazendo isso e dizia que eu era louco - conta o alemão, rindo das lembranças.
Ao desembarcar na Colômbia - seu primeiro destino, ele se deparou com um tipo de veículo que nunca havia visto no país de origem: o tuk-tuk. O rapaz ficou tão encantado com o mini-táxi que decidiu comprar um tuk-tuk e rodar pelas rodovias da América Latina, conhecendo outros países. Para economizar nos gastos, ele dorme dentro do veículo e se mantém trabalhando com qualquer coisa que oferecem a ele:
- Estou há quase um ano com o tuk-tuk. Para continuar aqui (continente), já trabalhei em restaurante, em obras, de padeiro, como jornalista e até como jardineiro. O que aparece eu topo, para juntar dinheiro e continuar a minha viagem - relata Bernhardt.
Ele já visitou a Colômbia, Equador, Perú, Bolívia, Argentina, Paraguai e, agora, o Brasil. Ele diz que costuma ficar por cerca de três meses em cada país, passando por algumas cidades que vai conhecendo ao longo do caminho. Entretanto, a viagem de Bernhardt já tem data para acabar:
- Minha irmã casa no final de maio, e eu pretendo voltar para poder participar deste momento com ela. Além disso, além de ser uma aventura muito divertida, não sabendo onde vou chegar ou quem vou conhecer, já estou com saudades de casa e da minha família - comenta o rapaz.
Segundo ele, o mais divertido da viagem é conhecer pessoas diferentes, fazer amizade e sempre ser surpreendido pelos lugares que vai descobrindo durante o mochilão a bordo do tuk-tuk. Como o veículo só pode trafegar por aproximadamente 200km por tanque de gasolina, ele acaba tendo que parar em postos de combustíveis:
- O pessoal do Brasil é muito gente fina, curioso e de fácil contato. Acabo ganhando roupas e presentes, são muito solidários e divertidos - conta Bernhardt.
Quando voltar para a Alemanha, Bernhardt afirma que vai descansar e aproveitar o tempo com a família, já que está há quase três anos longe de casa e os pais já disseram, em conversas pela internet e por telefonemas, que estão sentindo muito a falta do filho e esperando ansiosos pelo seu retorno.
Por aqui, ele já rodou por Porto Xavier, Santiago, São Pedro do Sul e Santa Maria. Bernhardt não sabe por quanto tempo vai ficar na cidade, nem qual vai ser seu próximo destino. Para voltar à Alemanha, ele vai precisar vender o tuk-tuk. Mas ele salienta que a aventura está sendo especial e ele só terá boas recordações da viagem.
- A vida passa muito rápido. Encontrar pessoas que nos tratam tão bem é mágico. Eu sempre quis conhecer a América Latina e essa experiência está sendo maravilhosa - ressalta o alemão.