Autor confesso dos tiros que mataram o surfista Ricardo dos Santos, o Ricardinho, no mês passado, na Guarda do Embaú, o soldado Luís Paulo Mota Brentano ainda terá pelo menos 30 dias para ter o futuro definido na Polícia Militar (PM).
Nesta terça-feira, o corregedor-geral da corporação, coronel Carlos Orthmann, entregou ao comandante-geral, coronel Paulo Henrique Hemm, a conclusão do inquérito policial militar (IPM) sobre o crime contra o surfista.
O resultado é sigiloso e não foi divulgado por enquanto pela PM. Segundo o DC apurou, a apuração do IPM chegou a mesma conclusão da Polícia Civil, ou seja, de que o soldado Mota praticou homícídio doloso e que não agiu em legítima defesa.
Uma cópia do IPM será enviado à Justiça Militar. Segundo o major João Batista Réus, da comunicação social da PM, a partir do resultado do IPM será aberto um processo administrativo disciplinar (PAD) contra o soldado, que tem um prazo 30 dias para apresentar a defesa e o contraditório por meio de um advogado.
O PAD também será conduzido pela corregedoria, que chegará a uma conclusão e a encaminhará ao comando-geral. As penas vão de advertência à expulsão e caberá ao comandante-geral a decisão final.
Após a morte do surfista, o comandante declarou ao programa Fantástico que Mota será expulso da PM. O soldado continua preso no 8º Batalhão da PM em Joinville com prisão preventiva decretada. Na Justiça comum, ele é réu por homicídio e a ação penal tramita em Palhoça, onde ocorreu o crime.
Ricardinho foi baleado no dia 19 de janeiro depois de uma discussão com o policial militar. Levado ao Hospital Regional de São José, depois de 30 horas e quatro cirurgias não resistiu e morreu no dia 20 de janeiro. O policial alegou legítima defesa, tese descartada pela Polícia Civil.