Os fatos que marcaram a operação:
Três funcionários da Arxo - empresa investigada na nona fase Operação Lava-Jato - foram conduzidos à delegacia da Polícia Federal em Itajaí para prestar depoimento nesta quinta-feira. Um homem e duas mulheres foram ouvidos entre o período da manhã e da tarde e em seguida liberados. Os nomes dos profissionais não foram divulgados. Todos estavam acompanhados de advogado.
O começo do dia na Polícia Federal em Itajaí foi calmo, mas logo os sinais de que a Lava-Jato havia chegado à região apareceram. Por volta das 10h30min, grupos de agentes chegaram à delegacia, trazendo malotes, resultado do cumprimentos dos mandados de busca. A movimentação continuava no começo da tarde. Itajaí, Balneário Camboriú, Balneário Piçarras, Penha e Navegantes estão na lista de cidades alvo da operação.
Cerca de 50 policiais participam da operação - que deve se estender até o fim do dia na região -, metade deles agentes de Itajaí, o restante vindos de Curitiba, no Paraná. Funcionários da Receita Federal também integraram da ação.
A operação na Arxo
Desde às 7h desta quinta-feira, pelo menos seis agentes da Polícia Federal que atuam na Operação Lava-Jato estão na Arxo, que fica na BR-101 em Balneário Piçarras, região Norte de Santa Catarina. Uma equipe da Receita Federal também está no local. A empresa que produz equipamentos de armazenagem e transporte de combustíveis tem ligações com a BR Distribuidora e é suspeita de envolvimento com lavagem de dinheiro e pagamento de propinas.
Os policiais chegaram em quatro viaturas antes do início do expediente e proibiram o acesso dos cerca de 50 funcionários do setor administrativo, com exceção de oito trabalhadores que atuam nas áreas de finanças e de contabilidade. Os 200 funcionários da produção trabalham normalmente.
Segundo um funcionário da empresa que saiu para o almoço, policias estão dentro da Arxo, mas boa parte dos colegas dele, assim como ele, não faz ideia do que está acontecendo.
Agentes da PF chegaram a informar que não houve prisões no local nesta manhã, mas as informações oficiais só serão fornecidas pelo delegado, que está dentro da Arxo e ainda não falou com a imprensa. Por volta das 12h50, uma viatura deixou a empresa com um funcionário do setor financeiro no banco traseiro.
É a primeira vez que a Polícia Federal entra na empresa e a expectativa é de que os trabalhos durem até o fim do dia. No início da tarde, os agente pegaram a chave de um cofre onde há equipamentos de informática.
A Arxo fornece tanques para combustíveis para a Petrobras desde 2003. A empresa emitiu uma nota na qual informa que pretende contribuir com os trabalhos da polícia.
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Prisões
Esta é a nova fase da Operação Lava-Jato desde o início das investigações. Das quatro prisões decretadas, três foram para cumprimento em Santa Catarina. Duas pessoas foram presas em Itajaí e uma se encontra no exterior, por isso não foi detida pelos agentes. Todas são ligadas a Arxo. A quarta pessoa, do Estado da Bahia, segue sendo procurada.
Os crimes dos quais pessoas da Arxos são suspeitas teriam sido cometidos até o ano passado, uma diferença em relação a outras fases da Lava-Jato - que apurou crimes ocorridos em 2010 e anos próximos à essa data.
A denúncia contra fraudes envolvendo a distribuidora da Petrobras teria partido de um colaborar que procurou a PF. As ações em Santa Catarina tem como objetivo encontrar provas materiais que possam comprovar as denúncias que chegaram ao conhecimento dos policiais.
Na busca a apreensão realizadas pelos agentes, foi apreendido um grande volume de dinheiro na empresa. Das duas pessoas detidas, uma seria um dos sócios da Arxo e a outra um diretor da companhia, informou o portal G-1.
Os presidentes da empresa são os irmãos João Gualberto Pereira Neto e Gilson João Pereira, presidentes da Arxo. A reportagem ainda não conseguiu confirmar o nome do diretor. A PF, na coletiva realizada em Curitiba, não divulgou nenhum dos nomes das pessoas com madado de prisão.
Os dois presos durante a operação teriam sido levados diretamente para Curitiba. Um dos alvos dos mandados de condução coercitiva - funcionário da ARXO - foi encaminhado à delegacia da PF, em Itajaí, prestou depoimento e, em seguida, foi liberado.
Ações em SC
A Polícia Federal cumpre 26 mandados - 16 de busca, 7 de condução coercitiva e 3 de prisão temporária - em Santa Catarina, na manhã desta quinta-feira. A ação faz parte de mais uma fase da Operação Lava-Jato.
Os mandados foram cumpridos nas seguintes cidades:
- Itajaí: 8 mandados de busca, 5 de condução coercitiva e 2 de prisão temporária;
- Balneário Camboriú: 3 mandados de busca, 1 de prisão temporária e 1 de condução coercitiva;
- Piçarras: 2 mandados de busca;
- Navegantes: 1 mandado de busca e 1 mandado de condução coercitiva;
- Penha: 1 mandado de busca;
- Palmitos - 1 mandado de busca.
No país
Além de Santa Catarina, a operação foi realizada em outros três Estados. Em São Paulo os agentes cumprem 12 mandados, 21 no Rio de Janeiro e três na Bahia. Ao todo, foram ou estão sendo cumpridos 62 mandados em todo país. A Polícia Federal disse que busca até 11 operadores de esquemas de desvios de dinheiro público ocorridos na Petrobras.
Acompanhe ao vivo informações sobre a Operação Lava-Jato:
De acordo com o jornal Estado de São Paulo, um dos mandados de condução, quando a pessoa é levada para depor, é contra o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. A PF também estaria fazendo busca e apreensão na casa do petista.
Segundo a PF, esta fase é fruto da análise de documentos e contratos apreendidos, das informações passadas por um dos investigados e da denúncia de uma ex-funcionária de uma das empresas investigadas. Os investigados devem responder pelos crimes de fraude e licitação, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Deflagrada em março deste ano, a Operação Lava-Jato é uma investigação da Polícia Federal que apura desvios de recursos da Petrobras e envolve servidores públicos, políticos e empresários.